Categoria repudia aparelhamento da entidadeNo momento em que fechávamos esta edição, estava tendo início a eleição do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte (MG). Quatro chapas disputam a direção da entidade. A chapa 1 é diretamente atrelada à CUT, as chapas 2 e 3 são apoiadas pela Contec, a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito e também pela igualmente pelega Federação dos Bancários de Minas Gerais. A Chapa 4, ao contrário, é a chapa de oposição formada da greve dos bancários no ano passado.

Conlutas contra os pelegos
A Chapa 4 é formada por militantes do Movimento Nacional de Oposição Bancária e reivindica a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), como alternativa de organização dos trabalhadores ante a degeneração da CUT.

A campanha da Chapa 4 cresceu bastante na reta final da disputa eleitoral. Sua identificação com o melhor do ativismo surgido nas últimas greves, somada à insatisfação dos bancários com a atual direção do sindicato, conseguiu suplantar o discurso raivoso da Articulação Sindical, que insistia em vincular a chapa ao PSTU, acusando o partido de querer aparelhar o Sindicato.

Parece cômico, se não fosse trágico, pois o Sindicato dos Bancários é um legítimo sindicato chapa branca, completamente atrelado aos interesses do governo federal e distante da base da categoria. Mais aparelhado do que está é impossível. A insatisfação da categoria com essa situação já se torna bem visível. Em pesquisa realizada na última semana da campanha, a Chapa 4 aparece com a maior intenção de votos entre os bancários da ativa.

Um manifesto de apoio assinado por quase quinhentos bancários do Banco do Brasil, Caixa Econômica e do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais incidiu com força entre os bancários da rede privada. Esse é o setor da categoria em que a experiência com as direções governistas é mais mediada, pois não houve grandes lutas recentes.

Comício de Marinho para chapa 1
A visita do presidente da CUT, Luis Marinho, a Belo Horizonte também teve um impacto negativo entre os bancários, causando muita indignação. Ele esteve na cidade para participar de um ato supostamente contra as demissões e pela jornada de seis horas para os bancários. Mas, na verdade, o que ocorreu foi um comício da chapa 1, na mesma data e local e para o qual os bancários foram chamados.

A reação da base a essa manobra foi medida pela fala de um delegado sindical da Caixa, presente ao evento e que declarou publicamente seu apoio à Chapa 4. Se nenhuma chapa alcançar a maioria absoluta dos votos, uma nova rodada de votação acontecerá de 6 a 10 de junho.

Post author Sebastião Carlos (Cacau), de Belo Horizonte
Publication Date