Após seis meses de “enrolação”, finalmente ocorreram as eleições para a Comissão de Fábrica (CF) da Volkswagen do ABC paulista para a gestão 2007/2009. A demora deveu-se à divisão da Artsind, corrente vinculada ao ministro Luiz Marinho.
Pouco mais de 50% dos operários participaram, uma das menores votações dos últimos anos. Essa apatia deve-se ao fato de que os trabalhadores estão perdendo a confiança na direção do sindicato. É comum os operários comentarem que “a comissão é da fábrica”, ou seja, do patrão.

Ao contrário do clima geral, nas alas 2 e 4, dirigidas pela oposição, a direção do sindicato jogou peso. A entidade distribuiu bonés, deslocou seus quadros dirigentes para a campanha.

A oposição concorreu com quatro chapas, todas nas alas de produção, que representam 80% do total de trabalhadores. Na ala 17, foram 158 votos para a oposição. Na ala 14, maior ala da fábrica, a oposição foi prejudicada já que os candidatos do sindicato estavam liberados enquanto os da oposição estavam em trabalho. Além disso, Rogério Romancini, candidato, não pôde entrar na fábrica para fazer campanha. Foi permitido apenas que ele votasse e, assim mesmo, com um segurança o acompanhando. Mesmo com esse favorecimento à Chapa 1, a Oposição obteve 524 votos contra 1.196 da situação.

Em números finais, a composição da comissão ficou assim: 17 representantes para a chapa do sindicato e oito para a oposição. Já se somarmos os números de votos nas quatro alas em que a oposição disputou, teremos os seguintes números: 2.057 votos para oposição e 2.678 para o sindicato. Portanto, na produção, os trabalhadores continuam divididos entre lutar contra os empresários e o governo e aceitar a parceria com a empresa.
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