CSP Conlutas

Central Sindical e Popular

Os operários das principais fábricas de São Leopoldo (RS) e região transformaram sua indignação com os ataques dos patrões e a passividade do Sindicato dos Metalúrgicos desta região, filiado à CUT, em uma entidade organizada e de luta. Eles agora integram a Chapa 2 – Oposição Chão de Fábrica e concorrem às eleições para direção do sindicato marcada para os próximos dias 17 e 18 de janeiro.

A Chapa 2 é composta, majoritariamente, por trabalhadores do Chão de Fábrica, peões que estão na base e que pretendem devolver o sindicato para os metalúrgicos e ser um sindicato dos peões e não dos patrões.

A categoria está há algumas décadas abandonada e sem o apoio do sindicato que tem na direção pessoas que não estão no chão de fábrica há anos e, portanto, não só não vivem a realidade dos operários e os duros ataques sofridos pela patronal e pelos governos, como ainda barganham os direitos dos trabalhadores com os patrões.

Nos últimos meses diversas fábricas fecharam e demitiram muitos trabalhadores e o sindicato não fez nada. Açoreal, Hyunday, Wathefor, Sud Metal, Recrusul, para citar algumas. Isto resultou em mais de 1.000 demissões, muitas delas sem pagar os direitos. Só na última semana 120 trabalhadores da empresa de armas Taurus foram demitidos. E a empresa promete demitir mais. No caso, o sindicato só homologou as demissões e sequer fez qualquer mobilização pela reintegração dos peões.

Essa atual direção esteve ausente das lutas contra a reforma trabalhista e as terceirizações, continua omissa e não faz a luta contra o governo Temer e esse Congresso de corruptos que querem meter a mão na aposentadoria dos trabalhadores por meio da reforma da Previdência. No discurso diz que é contra, mas na prática não tem o menor interesse em estimular os trabalhadores para lutar contra a retirada de direitos. Por isso, a categoria quer e precisa de um sindicato combativo, com participação e transparência nas suas ações e nas finanças.

O vice-presidente da Chapa, Danilo Moretti, resume como deve ser um sindicato que luta pelos peões: “A primeira obrigação do sindicato é se preocupar com a categoria dos metalúrgicos e lutar contra as demissões, as más condições de trabalho, o pagamento do salário, o cumprimento da Convenção Coletiva, o assédio moral e sexual, as desigualdades. Essas são lutas que devemos fazer todo dia contra a patronal. Os membros da nossa Chapa 2 estão à frente das lutas contra a retirada direitos. Somos cipeiros e lutadores que, junto com a categoria metalúrgica, vamos promover a mudança. É o momento de defender a manutenção dos direitos, recuperar os direitos perdidos e impedir a aplicação da reforma trabalhista. Para isso, precisamos de um sindicato forte e de base“, destaca Moretti.

Para o tesoureiro da Chapa 2 e operário da fábrica Taurus, Paulo Farias, as tarefas são inúmeras, mas é dessa forma que se faz um sindicato combativo e presente no Chão da Fábrica: “Precisamos de um sindicato com participação e democrático. Que respeite as decisões das assembleias e enfrente a patronal. Um sindicato transparente, que todos saibam em que é investido o dinheiro da categoria. Um sindicato que lute pela categoria metalúrgica, enfrentando seja qual for o patrão ou o governo. Um sindicato que não esteja a serviço de projetos eleitorais“, afirma Farias.

Oposição filia-se à CSP-Conlutas
Nesse sábado (6/01), a peãozada deu mais um passo importante na luta por mudanças reais. Participaram de uma plenária com a presença do membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, que levou a solidariedade e o exemplo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), bem como o total apoio da CSP-Conlutas.

O encontro contou com um rico debate político, resgate das lutas dos peões daquela região e a constatação de que a classe quer lutar pelos seus direitos, mas a direção atual do sindicato trava essas lutas e faz acordos que só interessam aos patrões. Ao final da plenáriaos integrantes da Chapa definiram pela filiação à CSP-Conlutas, com o relato do seu candidato a presidente e trabalhador da Gerdau há mais de 23 anos, Rogério Naibert, afirmaram que a luta por um sindicato dos trabalhadores ocorre se houver uma central que também seja de luta para os trabalhadores: “Essa central só pode ser a CSP-Conlutas”, enfatizou Naibert.

O Governo Temer pretende aumentar a idade mínima para aposentadoria com a Reforma da Previdência, o que significa trabalhar até morrer. O governo mente que a Previdência é deficitária. Portanto, a Chapa 2 é a favor de unificar a luta com os demais trabalhadores e construir um Greve Geral para derrotar os ataques.

A classe trabalhadora está pagando a conta. O desemprego, que ultrapassa mais de 13 milhões de trabalhadores, massacra a classe. Os patrões e os governos só querem retirar direitos. Chega de perder! O sindicato deve estar à frente das lutas da nossa classe, pois só a luta muda a vida, ressalta Naibert.

Com informações de Aline Costa e Silva