Capa do 1º Opinião Socialista

Neste dia 31 de maio o jornal do PSTU, Opinião Socialista, completa 15 anos de existência. Ao longo dessa década e meia foram 424 edições que atravessaram diferentes momentos da história recente do país. Sempre se firmando de forma clara como uma imprensa operária, de esquerda, um contraponto à hegemonia da mídia burguesa.

Durante esses anos o Opinião adquiriu diferentes formatos ou periodicidade. Mas esteve sempre ligado à luta de classes. Acompanhou momentos decisivos, como a luta contra as privatizações do governo FHC. Criticou a guinada à direita que do PT no período dos mandatos do governo do PSDB. Analisou o desgaste das políticas neoliberais no mundo e o surgimento de uma onda revolucionária que derrubou sucessivos governos na América Latina.

Momentos antes de Lula assumir a presidência, advertiu que, mantendo-se a política econômica do governo anterior, nada mudaria. E durante os oito anos de mandato do PT, foi uma das poucas vozes que se declarou “oposição de esquerda”, numa conjuntura em que a quase totalidade da esquerda brasileira passava de malas e bagagens para o outro lado.

Um jornal leninista
A longevidade do Opinião Socialista se deve à reafirmação constante de seu caráter leninista: ou seja o jornal enquanto órgão central para o partido, que tenha tanto a função de um “organizador coletivo”, como de um “propagandista” e “agitador” político. E isso submetido a uma estratégia: a construção de um partido revolucionário e a revolução socialista.

E é por isso que o jornal do PSTU se mantém ativo enquanto várias organizações que até pouco tempo atrás reivindicavam uma estratégia socialista, simplesmente abandonam seus periódicos. Abandonam, na verdade, qualquer perspectiva de mudança radical da sociedade, para investir no mais das vezes numa estratégia meramente eleitoral.

Uma história muito maior
Comemoramos agora os 15 anos de Opinião Socialista, mas o atual jornal do PSTU é devedor de uma tradição muito anterior. Pode-se dizer que a história da imprensa do partido se confunde a trajetória da própria organização no país. Seguindo a linha do tempo do PSTU e do Opinião, chegamos ao ano de 1974, com a corrente Liga Operária e seu jornal Independência Operária.

Ainda sob o regime militar, reproduzido por mimeógrafo, sua distribuição era completamente clandestina. No final dos anos 70, o lendário jornal Versus vai substituir o Independência Operária, refletindo toda a efervescência do movimento operário do ABC.

Nos anos 80, com a formação da Convergência Socialista e sua inserção no movimento que culminaria na formação do PT, o partido passa a publicar seu jornal homônimo. Foi o Jornal da Convergência Socialista o responsável por acompanhar aquela turbulenta década e travar duros debates com a esquerda, na época fundamentalmente aglutinada no Partido dos Trabalhadores.

Com a expulsão da CS e a fundação do PSTU, o partido passa a publicar o “Jornal do PSTU”, que dura de 1994 a 1996. Após uma consulta com a militância e os leitores, o jornal adota finalmente o nome Opinião Socialista, que o acompanha até hoje.

Desafios
Chegamos a 15 anos de Opinião, e quase quatro décadas de imprensa. Mas se por um lado a história que nos precede é longa, por outro os desafios colocados no horizonte não são menores. Além de continuar sendo ponto de apoio para a luta de classes, há a necessidade de se discutir com toda uma camada de ativistas que aparecem cotidianamente nas lutas a importância do resgaste do classismo, ou seja, a ideia de que emancipação dos trabalhadores se dará pelos próprios trabalhadores.

Numa época em que os setores hegemônicos da esquerda já abandonaram qualquer perspectiva de mudança, o OS tem o sentido de ser uma ferramenta para a discussão de uma estratégia socialista para se mudar de fato a realidade. Isto é, uma ferramenta para os militantes conversarem, debaterem, discutirem política com os ativistas. E isso entre estudantes, professores, operários, servidores públicos e todos aqueles que se dispõem a lutar.

Esse é o sentido de nossa existência. Opinião Socialista, um jornal operário, de esquerda e socialista!

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