Dois operários morreram após acidente ocorrido na obra de extensão da linha 5-Lilás do Metrô, em São Paulo. Outras cinco pessoas ficaram feridas. O acidente ocorreu quando uma grua se soltou e caiu sobre os operários. Morreram na hora os operários José Exerei Oliveira Silva, de 39 anos, e Antonio José Alves Ribeiro, de 31.

Não é o primeiro acidente em obras do metrô de São Paulo. Impossível não lembrar do desabamento que atingiu as obras de expansão do metrô na estação Pinheiros, em janeiro de 2007. Na época, uma cratera de cerca de 30 m de profundidade e 80 m de diâmetro foi aberta em uma rua próxima. Caminhões e carros caíram no buraco e sete pessoas morreram.

A tragédia colocou em evidência as consequências das Parcerias Público-Privada (PPPs). As obras da linha amarela vêm sendo realizadas por um consórcio composto pelas empreiteiras Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS, entre outros, sob a liderança da Odebrecht. Até hoje as obras não foram totalmente concluídas, mesmo assim a linha foi inaugurada (com sérios erros no projeto de engenharia, diga-se de passagem). Após o acidente foi divulgado um laudo apontando “falhas nas soldas da estrutura metálica que sustenta as paredes do túnel na altura da futura Estação Fradique Coutinho”.

Em 2009 e 2010, outros dois guindastes caíram durante as obras da linha: em fevereiro de 2009, no canteiro da Estação na Estação São Paulo-Morumbi. Em fevereiro de 2011, um engenheiro morreu eletrocutado no canteiro da Estação Fradique Coutinho.

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo publicou nota lamentando a morte de mais dois operários e se solidarizando com seus familiares. “O Sindicato exige a apuração imediata dos fatos e punição aos culpados pelo acidente”, afirma nota.