Operários deflagraram greve no dia 18 de março por tempo indeterminado

A Norte Energia é uma empresa de parceira público privado responsável pelas obras de Belo MonteOs trabalhadores lotados nas obras de mitigação da Norte Energia, em Vitória do Xingu, cidade a 45 quilômetros de Altamira, entraram em greve por tempo indeterminado na manhã desta segunda-feira, 18 de março.

Os empregados cobram o cumprimento da legislação trabalhista prevista na CLT, Convenção Coletiva e Contrato de Trabalho. Eles reclamam que direitos básicos estão sendo desrespeitados, como o direito a “baixada” (tempo de visita à família) pagamento de hora extra, vale alimentação, além da liberdade sindical entre outras reivindicações.

A empresa responsável pela obra é a SA Paulista que ocupa hoje o 3º lugar no ranking paulista entre as empresas da construção civil e é contratada pela Norte Energia SA, empresa de parceira público privado responsável pelas obras de Belo Monte e pelas obras de condicionantes em Altamira e municípios próximos.

Os operários a frente da paralisação afirmam terem estancado todos os canais de diálogo entre empresa e empregados. Segundo o profissional “Alberto” (nome fictício para não sofrer retaliação), desde o começo das obras, os trabalhadores reivindicaram o direito à liberdade de escolher a qual sindicato se filiariam.

Os trabalhadores já se filiaram e pensam em realizar a contribuição voluntária ao Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Madeira e Construção Civil de Altamira, o SINTICMA. Porém, a empresa impôs o desconto mensal indevido nos contracheques para o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Pesada e Afins do Estado do Pará(SINTRAPAV), o mesmo sindicato que é altamente questionado pelos operários das obras da Hidroelétrica de Belo Monte.

Manifesto dos empregados da SA Paulista e terceirizadas por condições dignas de trabalho
Nós, operários e operárias das obras de infraestrutura de Vitória do Xingu, estado do Pará, nos manifestamos em greve por tempo indeterminado por melhores condições de trabalho e remuneração.

Infelizmente, os direitos básicos de um trabalhador estão sendo desrespeitados pela empresa, como o pagamento obrigatório de hora extra, horas in tineres, baixada de três meses, ticket alimentação, liberdade sindical, eleição da Comissão Interna de Prevenção Contra Acidentes – CIPA, eleição do delegado de base além do cumprimento das regras de prevenção a acidentes.

Negamos-nos a permanecer nessa situação de total injustiça, assim como nos negamos a pagar o SINTRAPAV e não ter nenhum apoio, acordar cedo e chegar tarde do trabalho e não receber as horas in tinere, trabalhar até mais tarde, além do sábado, e não ganhar hora extra, deslocar de outros estados e não ter direito a visitar a família, assim como continuar conivente com o descumprimento da legislação trabalhista vigente na CLT, Convenção Trabalhista e no Contrato de Trabalho.

Esperamos que uma conciliação rápida com a empresa não demore e resolva os nossos problemas. Apostamos na força do diálogo e na força da união para vencer, assim como no apoio da comunidade.