Depois de cerca de 10 paralisações, envolvendo mais de uma centena de canteiros de obras, mais de dois mil trabalhadores, reunidos em assembleia, no último dia 25, votaram greve geral por tempo indeterminado, a partir de 7 de maio.

Os peões se mostraram dispostos a levar em frente essa campanha salarial. Os operários estão convictos de que devem lutar para conseguir 17% de reajuste, R$ 80 de cesta básica, “dia do peão”, plano de saúde e o cumprimento da jornada de trabalho de segunda a sexta, entre outras reivindicações.

Para isso, terão de vencer a aliança entre patrões e governos, que querem manter o crescimento à custa de maiores sacrifícios para a classe trabalhadora. Como resultado disso, nos últimos doze meses, quase 30 trabalhadores da construção morreram na região metropolitana de Fortaleza.

A construção civil cresceu dez vezes mais que a média dos demais ramos da indústria do Ceará. Enquanto Dilma e a mídia não cansam de falar de crescimento do ramo da construção, os patrões estão oferecendo algo como 6,5% de reajuste (enquanto as empresas chegaram a ter 30% de aumento nos lucros) e abandonaram as conversações.
Agora, como em Belo Monte, os operários levantam os braços e gritam as suas palavras de ordem rumo a um novo “tsunami de peão” que promete engolir Fortaleza a partir de 7 de maio.