Os 20 mil trabalhadores da Volkswagen do ABC, Taubaté e Paraná estão em estado de alerta permanente e podem parar a produção a qualquer momento. Esta foi a deliberação da assembléia do dia 4, após negociações de uma semana que não deram em nada.

A direção da Volks se mantém irredutível. Em meio à insegurança dos trabalhadores, Lula e a empresa comemoram os bons resultados de 2005, com faturamento de U$ 34 bilhões das montadoras e U$ 26,3 bilhões do setor de autopeças. “Lula comemora com os empresários, os mesmos que querem demitir quase 7 mil”, afirma o diretor do sindicato pela oposição, Rogério Romancini.

Plano de luta da Oposição
A direção do sindicato do ABC se recusa a fazer um plano de luta que unifique os trabalhadores da Volks. Os operários de Taubaté e do Paraná podem ser demitidos a qualquer momento, pois não têm acordo que os protejam, diferentemente dos trabalhadores do ABC, que até novembro não podem ser demitidos.

Só após pressão da oposição a executiva do sindicato marcou uma plenária para 29 de julho. A oposição apresentou em boletim um plano de luta que propõe a paralisação do ABC caso a Volks demita em Taubaté ou no Paraná. “É preciso se unificar aos trabalhadores da General Motors e propor a redução da jornada sem redução de salários. Caso a Volks mantenha as demissões, devemos exigir de Lula a estatização com o controle dos trabalhadores”, defendeu Brandão, diretor do sindicato pela oposição. Os operários da GM seguem num impasse sobre a manutenção dos empregos.

A Volks dará férias coletivas para 1.615 funcionários das linhas do Pólo e do Fox. Ao encerrarmos essa matéria, havia grande apreensão em São José dos Pinhais e Taubaté, pois as demissões poderiam começar já na segunda, dia 10.

Post author Emmanuel de Oliveira, de São Bernardo do Campo (SP)
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