A recente mobilização da campanha salarial dos metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos (SP) expôs a todo o país a perversa política da CUT e da Força Sindical. Os metalúrgicos lutavam contra o arrocho e por reajuste, já que a montadora, apesar da permanente ameaça de demissão e retirada de direitos, teve lucros recordes no último período.

Apesar de o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos ter rompido com a CUT em 2004, um acordo realizado no ano passado entre a central, a Força Sindical e o Sinfavea (Sindicato Nacional da Indústria de Tratores, Caminhões, Automóveis e Veículos Similares) impunha um acordo rebaixado aos trabalhadores.
O acordo, válido por dois anos, garantia apenas a reposição da inflação e 1,23% de reajuste real. Dessa forma, a CUT não mobilizou os operários este ano e ainda amarrou as categorias que não aceitaram o acordo.

“É incrível a que ponto chegou a traição de CUT e Força Sindical com a assinatura desse acordo. Este ano, além de encararmos a GM, somos obrigados a enfrentar todas as outras montadoras do estado. Mas os metalúrgicos estão mostrando sua força”, afirmou Adilson dos Santos, o Índio, presidente do sindicato.

Os metalúrgicos ignoraram o acordo e foram à luta. Cerca de 8 mil operários da montadora cruzaram os braços no dia 19, realizando uma forte paralisação de 24 horas. A mobilização forçou uma nova negociação entre os metalúrgicos e a empresa. A nova proposta, aprovada em assembléia no dia 22, prevê reajuste de 5,47%, além de abono de R$ 1.200 em outubro (a proposta anterior estabelecia apenas R$ 400). Os trabalhadores também conquistaram estabilidade até março de 2007.

O episódio evidencia o papel de aliada das direções das montadoras que a CUT cumpre hoje, e que a luta contra a central não termina com a desfiliação.

* Com informações do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

Post author
Publication Date