A campanha salarial dos operários da Construção Civil de Fortaleza começou com os patrões apresentando uma pauta em que propunham retirar vários itens da convenção coletiva da categoria. Eles querem aplicar a reforma trabalhista e atacar com força os direitos dos trabalhadores.

O olho gordo dos patrões é principalmente pra cima da jornada de trabalho dos operários, uma conquista histórica conseguida a custa de muitas greves. Hoje, a categoria trabalha de segunda a sexta, e os patrões querem estender a jornada para o sábado, além de aplicar o banco de horas que já foi derrotado pelos trabalhadores em uma forte greve em 2008.

Para completar, além de quererem atacar esses e outras direitos, os patrões só estão oferecendo R$ 2 de aumento na cesta básica e R$ 14 de aumento de salários para os serventes e R$ 21 para os profissionais. Uma verdadeira mixaria.

Mas os operários já demonstraram que não vão aceitar calados e, no último 4 de maio, aconteceu a primeira manifestação de rua contra a proposta patronal. Nesse dia, os trabalhadores de vários canteiros de obras da região da Aldeota, no coração da burguesia cearense, paralisaram o trabalho por duas horas e realizaram uma grande assembleia com mais de 1500 trabalhadores no cruzamento das avenidas Desembargador Moreira com Santos Dumont onde rejeitaram a proposta patronal e aprovaram um calendário de mobilização.

É assim que mandamos o nosso recado para os patrões, parando canteiro e falando bem alto que não vai ter moleza porque essa categoria tem uma tradição de luta e sabe o quanto custou para conquistar cada um dos direitos que temos e não vamos aceitar que retirem eles da gente agora”, afirmou Magela, Coordenador Geral do sindicato.

Os próximos passos da luta contra a proposta patronal e a aplicação da reforma trabalhista na categoria incluem um novo dia de paralisações em 9 de maio, durante a próxima rodada de negociações com o sindicato patronal, e uma grande assembleia em 24 de maio.

Eleição sindical
A campanha salarial está colada com a eleição do sindicato que vai acontecer nos próximos dias 16, 17 e 18 de maio. Três chapas disputam a eleição, mas só a chapa do Juntos e Misturados e da CSP-Conlutas está comprometida a fundo em manter a tradição de luta e de independência de classe que esse sindicato construiu ao longo dos últimos 30 anos.