Deyvis Barros, do Ceará (CE)

Os operários da Construção Civil de Fortaleza, no Ceará, iniciaram sua campanha salarial com uma assembleia no ultimo dia 7 de fevereiro. “A peãozada tá começando a campanha com gosto de gás, vamos pra cima dos patrões para impedir que retirem os nossos direitos”, relatou Magela, Coordenador Geral do Sindicato.

Já em 2017 os empresários, representados pelo Sinduscon apresentaram a “pauta de reivindicações dos patrões” com mais de 20 itens que exigiam que fossem retirados da Convenção Coletiva. Mas os operários derrotaram essa proposta vergonhosa com 20 dias de greve e de piquetes diários correndo as ruas de Fortaleza.

A Convenção Coletiva da categoria garantiu que até agora os patrões não pudessem aplicar seu pacote de maldades sobre os trabalhadores. Foi na luta que a gente disse que aqui não ia ter reforma trabalhista. E esse ano nós vamos mostrar pra eles que se mexer com os direitos dos operários não vai subir um tijolo nessa cidade”, dizia Zé Batista, diretor do sindicato e membro da Executiva nacional da CSP Conlutas.

A campanha salarial vai estar cruzada pela luta contra a reforma da Previdência do Temer. Os operários de Fortaleza participaram de todos os dias de luta que ocorreram ano passado e precisam estar preparados para barrar também a reforma nas ruas, caso esse governo e o seu Congresso de corruptos tenham a ousadia de botar para votar.

A assembleia dos operários decidiu por reivindicar um aumento salarial de 8%, além de aumentos na cesta básica e o vale combustível e não aceitar nenhuma retirada de direitos.

A hora é de lutar por direitos e fortalecer a campanha salarial, não de defender Lula
A assembleia foi marcada pelo debate sobre se os trabalhadores deveriam ou não defender o Lula. Uma parte da diretoria do sindicato dizia que houve um golpe no Brasil e que uma expressão desse golpe era que o Lula estava sendo condenado e que os trabalhadores deveriam lutar contra esse golpe e em defesa do Lula.

É um papel vergonhoso que cumprem esses dirigentes sindicais. “O Lula decidiu governar para os empresários e o resultado foi esse que estamos vendo: acabou sujando as mãos nessa podridão da política suja que os ricos fazem. Não é nossa tarefa defender ninguém que se aliou com os empresários, inclusive com os empreiteiros da Construção Civil. Nossa tarefa agora é defender nosssos direitos e nossa aposentadoria, isso não se mistura com a defesa do Lula ou de qualquer outro candidato dos patrões”, relatou Francisco Gonzaga, diretor do sindicato que fez a saudação pelo PSTU na assembléia dos trabalhadores.