Em assembléia que contou com mais de 1.200 pessoas, os trabalhadores da construção civil de Fortaleza encerraram uma greve de 14 dias. A greve resultou no aumento de 8% do piso salarial e derrotou a tentativa patronal de impor o banco de horas. Também foram mantidas conquistas históricas como o sábado livre, desconto de 1,5% pelo vale-transporte, almoço e café da manhã.

Para garantir a vitória, os peões tiveram de enfrentar, além da patronal, o governo, a imprensa, a Justiça, a CUT e seus sindicatos filiados. Pela primeira vez nos últimos anos, os sindicatos ligados a CUT isolaram a greve, sequer emprestando carros de som para os piquetes, à exceção do sindicato dos gráficos.

A prefeita Luzianne Lins (PT) não se manifestou em apoio à greve, bem diferente das greves anteriores quando participava até de piquetes.

Não menos nefasta foi a postura dos diretores e militantes ligados ao PT na categoria. Toda vez que os trabalhadores criticavam o governo Lula, Luizianne ou a CUT eles saiam em defesa, chegando, até, a arrancar o microfone da mão de trabalhadores. Tentavam dividir e enganar a categoria, dizendo que a CUT e Lula nada têm a ver com a reforma Sindical e Trabalhista.

Mas os trabalhadores tinham votado que a greve também iria lutar contra as reformas, além das questões específicas. Por isso, repudiaram o divisionismo e deram um exemplo de unidade. Nas obras, surgiram dezenas de ativistas, que, compreendendo a grave situação, se unificavam aos diretores e fortaleciam a luta. Queriam compreender o que significavam as reformas, e o porquê da traição de Lula e da CUT. Na assembléia, muitos peões agradeciam aos jovens do PSTU que, desde o primeiro dia, estiveram auxiliando nos piquetes.