O jovem de 26 anos morreu triturado em máquina na fábrica de papelão IcopalNa noite do dia 25 de novembro, o operário Luiz Carlos da Silva, 26 anos, morreu após ter cabeça, braços e pernas trituradas numa máquina que servia de triturador de papelão na fábrica Icopal, em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana de Recife.

Há apenas três messes Luiz Carlos trabalhava na Icopal no horário das 14h às 22h, recebendo pouco mais de um salário mínimo. Quando já se aproximava o fim do expediente, seus companheiros de trabalho sentiram sua falta e foram procurá-lo. Infelizmente o pior já tinha acontecido.

Não foi o primeiro acidente de trabalho com morte
Em julho deste ano, outro jovem operário, o soldador Lielson Ernesto da Silva, 26 anos, foi esmagado quando um bloco de chapa de aproximadamente uma tonelada caiu sobre ele. No momento, Lielson soldava as estruturas de uma plataforma (P-55) da Petrobras, no Estaleiro Atlântico Sul do pólo industrial de Suape.

Quase um mês depois, o operário Daniel da Silva, 29 anos, morreu após cair do andaime onde trabalhava. A obra realizada pela empresa Jatobetom Engenharia não forneceu aos operários cintos de segurança nem coletes salva-vidas, já que a obra era realizada debaixo de uma ponte sobre o rio Capibaribe. O companheiro caiu no rio e não sabia nadar. Morreu afogado.

Infelizmente essas tristes histórias não são as únicas, em 2005 morreram 82 trabalhadores em Pernambuco durante a jornada de trabalho. No total foram registrados mais de 10 mil acidentes. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego.

Pernambuco: o preço do crescimento
Existe uma forte propaganda do governo Lula e do governo estadual Eduardo Campos (PSB) a parti dos indicadores econômicos do estado. Desde 2007, o estado vem apresentando um crescimento do PIB acima da média nacional, os governos e empresários vem comemorando bastante.

Em 2007, considerado um dos melhores anos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou um crescimento de 5,4% do PIB pernambucano, valor estimado de 62,2 milhões de reais, superior ao de 2006, que foi de R$ 55,4 milhões. Nesse mesmo período, também houve um aumento do número de acidentes de trabalho registrado no estado.

Em 2006 foram registrados em Pernambuco 11.198 acidentes de trabalho, com 71 mortes. Em 2007 foram registrados 14.224, com 81 mortes. Esses números podem ser bem maiores uma vez que muitas empresas não registram os acidentes que acontecem.

A indústria de transformação apresentou um crescimento de 7,4% dos acidentes em relação ao ano de 2006. Esse mesmo setor liderou outro ranking: o do setor com a maior frequência de acidentes e de maior incidência de óbitos com, 34,6% e 25,6%, respectivamente, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS do Ministério do Trabalho).

Enquanto o governo Lula, Eduardo Campos e os empresários comemoram o aumento de seus lucros, os companheiros de trabalho e a família de Luiz Carlos da Silva e tantos outros operários choram.

Nesse momento triste o PSTU se solidariza com os entes de Luiz Carlos e com todas as famílias da nossa classe que perderam seus parentes, devido à ganância dos empresários que vem aumentado consideravelmente o ritmo de trabalho nas empresas para maximizar seus lucros. Exigimos uma rigorosa investigação do acidente da Icopal, bem como a punição de todos os culpados.