Maurício, de 34 anos, trabalhava na construção da fábrica da VotorantinNo dia 15 de outubro, um acidente de trabalho tirou a vida do operário Maurício Alves da Rocha que caiu de uma altura de mais de 30 metros de uma plataforma elevatória. Segundo informações da imprensa local, o acidente aconteceu no fim do expediente, quando o trabalhador se preparava para deixar o local de trabalho após uma jornada de quase dez horas em período noturno.

Maurício veio de Fortaleza para trabalhar na construção da nova fábrica da Votorantin em Resende (RJ). Ele tinha 34 anos e deixou mulher e um filho. Este já é o segundo acidente com morte na obra. No dia 8 de março, o ajudante Eduardo Cunha Duarte, 31 anos, natural de Araguari (MG), morreu quando tentava recolocar um cabo de aço numa peça que escapou, lançando-o a mais de dois metros.

Na CSN, a mesma história
Um operário de uma das empreiteiras da CSN trabalhava numa altura de mais de cinco metros quando a plataforma despencou. O acidente ocorreu na tarde do dia 17. Ele sofreu graves escoriações na coluna e nos ombros, mas passa bem e se recupera. Todos esses acidentes estão relacionados aos baixos salários, ao ritmo alucinante da produção e às longas jornadas de trabalho a que são submetidos os trabalhadores.

O Sindicato da Construção Civil, ligado à CUT, e o Sindicato dos Metalúrgicos, dirigido pelo PCdoB, que deveriam organizar a luta contra as péssimas condições de trabalho na região, nada fazem. Em vez disso, preferem manter uma política de boas relações e parceria com as empresas.

A Oposição Metalúrgica, ligada à Conlutas, pelo contrário, não ficará calada e continuará denunciando esses fatos e chamando os trabalhadores a se organizarem contra a exploração das empresas e o peleguismo do sindicato.

*Luís Miguel é operário e Membro da Oposição Metalúrgica do Sul Fluminense.