Vitor Junior, o “Veio”, enfrentou duros e covardes ataques da patronal

Nos dias 1 e 2 de dezembro ocorreu a eleição para a Comissão Interna de Prevenção e Acidentes (CIPA) da Companhia Siderúrgica Nacional –CSN de Volta Redonda (RJ).

Vitor Junior se reelegeu para o cargo de cipista efetivo com 278 votos dos trabalhadores. O companheiro é conhecido no interior da companhia também como o “Véio”. Essa poderia ter sido mais uma disputa de CIPA como ocorre em outras empresas da região se não fosse pelo conteúdo da campanha.

Vitor denunciou abertamente o assédio moral dos chefes, as metas de produção desenfreada que arrebentam com a saúde física e mental dos trabalhadores, as péssimas condições de salário e trabalho. Destacou com ênfase que direitos trabalhistas adquiridos com muita luta, como insalubridade e periculosidade, aos poucos vai sumindo do contracheque numa clara manobra da empresa.

A campanha adquiriu um formato de luta de classes aberta com ordem expressa entre os gerentes para que o “o Véio”, não fosse reeleito em hipótese nenhuma. Montaram um campo de guerra no dia da votação com carros pegando os trabalhadores nas áreas e os encarregados de equipe “orientando-os” em quem votar.

Um apócrifo (panfleto sem identificação) apareceu do “nada” na madrugada do dia da votação no interior da Usina Presidente Vargas (UPV), como também é conhecida a CSN, acusando covardemente Vitor de ser “X9” (agente infiltrado), corrupto e querer acabar com a PLR dos trabalhadores. No final, o panfleto criminoso pedia aos operários que não reelegessem esse “indigno”. Denunciamos na polícia e no Ministério Público essa calúnia e difamação e cobramos apuração dos fatos.

Imediatamente, a Oposição Metalúrgica do Sul Fluminense, filiada à CSP-Conlutas, contando com apoio precioso dos sindicatos dos Mineiros de Congonhas/MG, dos Comerciários de Nova Iguaçu/RJ, ANDES e CSP-Conlutas do Rio de Janeiro, confeccionou milhares de panfletos dando resposta à calúnia e reforçando o voto no operário de luta. A militância da CSP-Conlutas de Valença, Angra dos Reis, Barra Mansa, Resende, além de Volta Redonda, atenderam o chamado e também foram para os quatro portões da Usina que possui uma área de extensão gigante de 12 km de extensão e emprega 10.500 operários e operárias efetivos da CSN, fora as empreiteiras que contratam número maior de trabalhadores.

Hoje, a CSN é uma das maiores siderúrgicas das Américas e também do mundo, vem se expandindo velozmente com muito dinheiro público do BNDES, pagando juros irrisórios. Além de exportar minério e aço para o mercado interno e externo, também entrou no ramo da produção de cimento e vergalhão. Possui porto próprio e até linha de ferroviária. Adquiriu outras empresas siderúrgicas nos EUA e Europa. A CSN tornou-se um império dirigido por Benjamin Steinbruch e pela Bolsa de Valores dos países imperialistas. Ano após ano bate recordes de produção e lucratividade.

Mas os trabalhadores que constroem essa riqueza, somente agora passaram a receber um pouco mais de mil reais de salário. A Participação nos Lucros e Resultados desses metalúrgicos é fixado em duas vezes o valor de seu salário, podendo ser reduzido conforme as metas não alcançadas, se configurando como uma das piores PLR’s do país. A empresa sempre controlou com mãos de ferro a disputa da CIPA, mais uma forma de aumentar seu capital com a superexploraçao dos trabalhadores. É contra tudo isso que lutamos.     

Quando as urnas foram abertas, nem o sindicato pelego ligado à Força Sindical, nem os gerentes da CSN, acreditaram que os trabalhadores novamente reelegeram Vitor em 9º lugar dentre os mais de quarenta inscritos, majoritariamente “indicados” pela empresa.

Vitor, que já vinha construindo um mandato de luta dentro da fábrica, combinando exigências e denuncias nas reuniões da CIPA, com panfletagens nos portões da Usina prestando conta de sua atuação, sai mais fortalecido para combater as degradantes condições de trabalho e de salário da CSN, assim como do governo Dilma, do Congresso Nacional e até da CUT e Força Sindical, que juntos se unem sem nenhum constrangimento para reduzir salários e direitos frente a crise econômica que os próprios patrões criaram.