No dia 3 de agosto, o enviado especial da ONU ao Haiti, Juan Gabriel Valdes, deu uma declaração afirmando que as tropas devem estar preparadas para permanecerem no país por muito tempo. “Se nós não estivermos prontos para ficar dez anos, a ONU deve deixar o Haiti agora“, afirmou Valdes, em entrevista à agência de notícias Associated Press.

A declaração apenas confirma que o que realmente se passa no Haiti é uma ocupação imperialista para dominar o território indefinidamente. O pior é que essa invasão está sendo chefiada pelo governo Lula, que, mais subserviente do que nunca, faz o trabalho sujo para Bush na América Latina.

A missão, que já completou um ano, estava prevista para terminar em 30 de maio. Em junho, entretanto, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a continuidade da ocupação do Haiti até 15 de fevereiro de 2006. Na mesma ocasião, também foi aprovado o envio de mais mil soldados, aumentando o contingente da missão de 6.700 para 7.500 homens. Agora, a ocupação parece querer se prolongar indefinidamente.

O país vive uma brutal ação dos exércitos estrangeiros e da polícia haitiana acobertada pela ocupação. No início de 2005, houve uma série de denúncias sobre abusos cometidos e acobertados pelo exército comandado pelo Brasil. Por causa disso, há um crescente repúdio dos haitianos com relação à ocupação.

Juan Gabriel Valdes disse que as eleições previstas para novembro são apenas o início da participação da ONU no Haiti. Nos moldes do que foi o processo eleitoral do Iraque, as eleições impostas pela ocupação do Haiti serão, provavelmente, algo artificial e anti-democrático, que apenas servirá para mascarar a ocupação covarde que se instalou no país.