Essa pergunta tomou o Brasil. O sumiço do pedreiro Amarildo Dias, 47, pai de seis filhos e morador da Favela da Rocinha, se espalhou pelas redes sociais. No dia 14 de julho ele foi visto pela última vez sendo levado por policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da região para prestar depoimento. Amarildo morava em um barraco de um cômodo e ganhava apenas R$ 300 para sustentar a família. Hoje, com o seu desaparecimento, sua família passa fome. Negro, pobre, pedreiro e favelado, esse caso tinha tudo para cair no esquecimento se não fossem os protestos nas ruas. 

O caso, porém, continua sem solução. “Estranhamente”, as duas câmeras instaladas na UPP da Rocinha falharam justo no dia em que Amarildo foi levado para a unidade. O resultado do sangue encontrado na viatura está sendo comparado com os filhos do pedreiro desaparecido e deve ser divulgado no dia 2 de agosto. Embora ainda não haja provas, porém, vai se tornando cada vez mais claro o que ocorreu de fato com o morador.

Sabemos que essas UPP’s, não estão mudando em nada a vida das comunidades. Trata-se de uma política de remoção a serviço do capital. As mortes continuam, agora pelas mãos da polícia.  “O sequestro de Amarildo por PM’s mostra muito bem como o governador Cabral trata os pobres. Esse é mais um argumento para a gente defender a saída do governador e colocar na ordem do dia discussão sobre a necessidade de se extinguir a Polícia Militar”, afirma Cyro Garcia, presidente do PSTU do Rio de Janeiro.

Cabral ditador
O desaparecimento de Amarildo ampliou o questionamento ao governador Sérgio Cabral (PMDB) que, diante das manifestações no Rio, vem vestindo outra roupagem que lhe cai bem: a de repressor aos movimentos sociais. A palavra de ordem “Cabral ditador” se espalhou com nunca.

Durante a visita do Papa, no último dia 23, um vídeo no Youtube mostrou a tática de Cabral em infiltrar policias nas manifestações. O plano era claro: infiltrar provocadores dentro das manifestações para jogar a opinião pública contra elas e incriminar manifestantes. Mas nem tudo saiu como o governador imaginava.


Campanha pelo aparecimento de Amarildo está até em Nova Iorque

 Além disso, Cabral ditador agora criou a Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas (CEIV). Segundo ele, a comissão investigará os manifestantes, ou seja, o objetivo é de, claramente, criminalizar os movimentos sociais. Essa comissão poderia, inclusive, quebrar sigilos telefônicos e de Internet no prazo de 24 horas, sem autorização expressa do poder judiciário, medida inconstitucional. Diante das reações furiosas do movimento, porém, o governador foi obrigado a recuar. “Isso era um ataque ao direito de manifestação, um ataque ao direito de organização e às liberdades democráticas”, explica Julio Anselmo, do DCE da UFRJ.

Pede pra sair!
A juventude e os trabalhadores do Rio têm uma oportunidade de conquistar uma grande vitória e varrer Cabral do poder.  Queremos saber  onde está Amarildo.  Exigimos o fim imediato da Tropa de Choque e da PM. Vamos para às ruas no dia 30 de agosto e unir a luta dos estudantes,  bombeiros, professores,  servidores estaduais e os moradores das favelas e todo o movimento social organizado no Fórum de Lutas, exigindo a saída de Cabral. 

 

Campanha “Sérgio Cabral, Cadê o Amarildo” no facebook do PSTU Nacional. Veja aqui  e mande sua foto!