Um dos oito grupos de trabalho realizados debateu a homofobia e as melhores formas para combatê-la. Compareceram ao debate, além de membros da Secretaria de Gays e Lésbicas do PSTU e de militantes do partido de outras categorias, ativistas do grupo Corsa e da Associação da Parada GLBT de São Paulo. Paulo Mariante, do PT de Campinas, confirmou presença na mesa, mas não compareceu.

Nelson Matias, vice-presidente da Associação da Parada, expôs a dura batalha que ele e alguns outros militantes têm dado por dentro da Associação para retirar a Parada de São Paulo da lógica de mercado e resgatar seu caráter de luta contra a homofobia. Leandro Paixão, da Secretaria de Gays e Lésbicas do PSTU e candidato a deputado estadual, defendeu a necessidade da construção de um espaço de debate e decisão do movimento LGBT que desfragmentalize a ação dos grupos e impeça a proliferação de um dos maiores males que ataca a organização de gays, lésbicas e transgêneros no país: os caudilhos que, descolados de decisões coletivas, agem em nome de uma virtual “comunidade gay”. A maioria deles acaba sendo financiada, através de pequenos projetos de suas ONGs, por governos estaduais e federal, acomodam-se na vida fácil de um salá-rio garantido em tempos de crise, e barram qualquer tentativa de ampliação do movimento para além do seu guarda-chuva de controle.

Conseqüência disto, por exemplo, é o fato de o Proje-to de Parceria Civil ainda não ter sido aprovado e não haja qualquer sinal, de qualquer governo, no sentido de implementar uma política ampla, de longo alcance, pela erradicação da violência homofóbica, velada e aberta.

Como o espaço aqui é pouco, não vamos citar todos os pontos de programa debatidos no Seminário, mas convidamos cada um a visitar nossa página na internet, www.pstu.org.br/gayslesb.asp, para conhecer mais do que temos pensado como a melhor forma de levar a luta, hoje, contra a homofobia, levando sempre em consideração a necessidade estratégica de combater os interesses econômicos que, como vemos em nossas paradas, tentam sobrepor-se à nossa vontade e nosso interesse de acabar com a homofobia, nem que para isso tenhamos que acabar com o próprio sistema que a mantém viva e bem alimentada.


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