Nesta quarta, 22 de junho, o Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade a continuidade da ocupação do Haiti até 15 de fevereiro de 2006. A missão estava marcada para terminar em 30 de maio, quando foi prorrogada por 24 dias. Agora, a ocupação parece querer se prolongar indefinidamente. Também foi aprovado o envio de mais mil soldados, aumentando o contingente da missão de 6.700 para 7.500 homens.

O país vive uma brutal ação dos exércitos estrangeiros e da polícia haitiana acobertada pela ocupação. No início do ano, houve uma série de denúncias sobre abusos cometidos e acobertados pelo exército comandado pelo Brasil. Por causa disso, há um crescente repúdio dos haitianos com relação à ocupação. Também teve início uma onda de sequestros está tirando o sono da pequena elite haitiana.

No mesmo dia 22, um tenente brasileiro da missão da ONU foi baleado na favela de Cité Soleil, em Porto Príncipe. Ele é o oitavo militar baleado desde a chegada das tropas ao país, há mais de um ano. O ataque ocorreu quando os militares brasileiros voltavam de uma operação na região de Cité Militaire. Já é o segundo militar ferido a bala do terceiro contingente brasileiro, que está no país há uma semana.

O plano da ONU de estender a ocupação também inclui a tentativa de realizar um processo eleitoral até o final deste ano, provavelmente aos moldes do que foi o do Iraque. Com a verdadeira guerra que está instalada no país, não será tão simples impor um processo eleitoral.