Uma assembléia com mais de 1.500 pessoas no dia 17 votou por uma greve dos estudantes da USP por tempo indeterminado. A adesão foi grande. No dia seguinte, a FFLCH e a ECA tiveram suas aulas paralisadas. Piquetes e barricadas garantiram a ação.

Os estudantes ocupam a reitoria desde o dia 3 contra os decretos do governador José Serra (PSDB), que retiram a autonomia, ampliam o sucateamento e aceleram o processo de privatização das universidades estaduais.

O governador tucano, por sua vez, responde com agressão. Quando fechávamos esta edição, a ocupação da reitoria prosseguia sob a ameaça de um pedido de reintegração de posse deferido pela Justiça. Uma reunião entre a reitoria da USP e a polícia, realizada no dia 21, discutiu retirar os estudantes que ocupam o prédio. Aglomerações de policiais do Batalhão de Choque podiam ser vistas circulando pelas imediações do campus, numa clara tentativa de intimidar os ativistas. Alguns estudantes já são alvos de processos.

No mesmo dia, uma plenária dos estudantes decidiu permanecer na reitoria e resistir a qualquer investida da polícia. Barricadas foram levantadas diante do edifício.

Estaduais podem parar
A ocupação da reitoria ocorre em meio a uma conjuntura de mobilização das universidades estaduais. No dia 16, os funcionários da USP também entraram em greve. Já os professores aprovaram indicativo de greve para o dia 23, quando realizariam uma assembléia.

As demais universidades paulistas já têm assembléias marcadas. A da USP decidiu também fazer do dia 23 – dia nacional de mobilização – um momento central de luta. Os estudantes aprovaram se somar a um ato unificado com trabalhadores e demais setores neste dia. “É importante construir agora uma grande luta, envolvendo o funcionalismo estadual, os professores, os estudantes e os funcionários das universidades. Dessa maneira será possível derrotar a truculência do governo Serra”, disse Helen Ruiz, militante da Conlute e estudante do curso de história da USP.

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