Na última segunda-feira, os estudantes da Universidade de Campinas (Unicamp), reunidos em assembléia geral definiram pela realização de um ato na Diretoria Acadêmica da Unicamp (DAC), com vistas a conquistar alguns pontos de nossa pauta e explicitar nossa importante luta contra os decretos do governador José Serra (PSDB).

Em quase uma semana de ocupação, o que vimos por parte da reitoria foi uma enorme indisposição para discutir com os estudantes e sentar para negociar. Pelo contrário, vimos uma ameaça mais concreta de punição aos alunos ocupados, o pedido de reintegração de posse do prédio, além de uma maior circulação de carros da polícia, o que, absurdamente, está se tornando lugar comum aqui na Unicamp.

Já faz muito tempo que a reitoria não se dispõe ao diálogo com os estudantes. Por isso, a necessidade de apelarmos para instrumentos mais radicalizados, como esta ocupação. Esse é um instrumento legítimo que garante, ao longo da história das lutas dos movimentos sociais, importantes conquistas, como foi o caso da recente e histórica Ocupação do Ciclo Básico da Unicamp, que garantiu a construção da Moradia Estudantil.

Como na USP, os estudantes exigem que a reitoria abra negociação com os estudantes. É inadmissível essa posição intransigente. Não é possível haver, por parte da reitoria, a opção feita pelo diretor da Unesp de Araraquara de reprimir os estudantes com a Tropa de Choque ou qualquer coisa semelhante. Para que este processo tenha o desfecho mais justo possível, é necessário que a reitoria negocie com os estudantes.

A reitoria diz que negocia só após a desocupação. Nós temos de dizer que só desocupamos se negociarmos.

Este ato faz parte da importante luta que estamos travando em defesa da universidade pública, que hoje se concretiza na luta pela derrubada dos Decretos do governo Serra e em defesa da autonomia universitária, também conquistada através de uma greve.

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