Redação

Certamente, a política de Obama representa uma mudança em relação ao seu antecessor, George W. Bush, na tática do imperialismo para enfrentar a situação mundial e a luta das massas. Mas ambos defendem com unhas e dentes os interesses imperialistas. Sob a figura de Obama, o imperialismo tenta implementar sua política de dominação de forma mais negociada, através de consenso e com o auxílio de instituições como ONU, OTAN, OEA, entre outras. Mas também não reluta em mostrar os dentes e não descarta a via da ação militar.

Um ano depois de ser eleito e ter despertado muitas expectativas, o governo Obama amarga péssimos índices de popularidade – abaixo de 50% – e enfrenta uma crise econômica que deixou mais de 16 milhões de norte-americanos desempregados.

Em nenhum outro lugar, contudo, a crise de Obama é maior que no Afeganistão. Por meses, o alto comando militar e a Casa Branca não conseguiam chegar a um acordo a respeito do envio de mais tropas ao país. O General McChrystal, máxima autoridade militar norte-americana no Afeganistão, pedia a Obama o envio de mais 40 mil soldados para impedir que os Estados Unidos sejam derrotado. Por outro lado, o mais importante diplomata norte-americano no Afeganistão, Karl Eikenberry, pedia publicamente a Obama que não enviasse mais nenhum soldado à ocupação. Argumentav que não valia a pena brigar, pois, segundo Eikenberry, não é possível ganhar a guerra.

O impasse finalmente foi definido no dia 1° de novembro, quando o presidente definiu sua nova estratégia para a guerra do Afeganistão. Ela envolve o envio de 30 mil novos soldados para o front nos próximos oito meses. Com isso, os EUA aumentam seu efetivo em 100 mil soldados. Para tentar minimizar o desgaste, Obama também anunciou um prazo inicial, julho de 2011, para o início de retirada das tropas americanas do país. Como foi na administração Bush, a estipulação de prazo não garente em nada que ele não possa ser dilatado no futuro.

O envio de mais tropas vem em socorro ao Paquistão, cujo objetivo é ajudar o governo a estabilizar seu país, mas também servirá para ajudar o frágil governo do Afeganistão, evitando que o Taleban derrube o governo de Hamid Karzai. Assim, o governo tenta também minimizar as baixas norte-americanas.

Neste ano, as baixas das forças de ocupação não param de crescer. O número de militares estrangeiros mortos na frente afegã chega a 445, incluindo 277 soldados americanos, desde o início de 2009, segundo contagem feita com base nos dados do icasualties.org.

Cada vez é maior a impressão de que a guerra de Obama pode ter o mesmo significado para o atual presidente que a guerra do Iraque teve para Bush. Hoje, a grande tarefa do povo afegão é expulsar as tropas imperialistas de ocupação e conseguir a verdadeira independência nacional do seu país.