A eleição de Obama ofereceu ao imperialismo uma excelente oportunidade de reciclar sua imagem perante o mundo. A eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos foi visto com muito mais simpatia diante da face horrorosa de Bush e suas guerras genocidas.

Um presidente negro, filho de um muçulmano, pode ser apresentado aos povos oprimidos como alguém que entende o sofrimento e o preconceito e que está ao lado da maioria e dos explorados. Obama sabe disso, e esses elementos serão explorados em sua visita ao Brasil, forçando identificações onde não há.

Assim, Obama poderá atrair simpatia e adormecer as reações que existiam contra o imperialismo durante o governo Bush. A simples presença de Bush no Brasil, em 2007, produziu várias manifestações de repúdio. Na época, a combinação das invasões militares com a crise dos planos neoliberais provocou uma consciência antiimperialista difundida em todo o mundo.

Com Obama, porém, a situação será diferente. Serão realizados atos de protestos contra sua presença, mas infinitamente menores do que os protestos contra Bush. É até possível que o novo presidente seja recebido com festejos por organizações ligadas à luta contra opressão e o racismo. No futuro, tudo isso mudará. Mas, por agora, a nova face do imperialismo vai enganar a muitos.

A opção por Obama é uma forma de a burguesia ianque tentar conter um enorme salto das lutas em todo o mundo, inclusive na América Latina. A figura de Obama tentará recuperar o prestígio político dos EUA na região e impor um recuo na consciência antiimperialista dos trabalhadores. Esse será o principal objetivo de seu discurso para os povos da região, que possivelmente será realizado do Rio de Janeiro. Para isso, conta com a colaboração de governos ditos de esquerda, como o de Lula e agora Dilma.

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