As coligações que vêm acontecendo nestas eleições com partidos que se diziam de esquerda são reflexos do vale-tudo eleitoralÉ justificada a desconfiança dos trabalhadores e da juventude em relação aos partidos políticos. O oportunismo eleitoral, para eleger representantes a qualquer custo, leva a maioria absoluta dos partidos de esquerda a fazer alianças com partidos da burguesia.

O PT é o maior exemplo. Desde a década de 90 vem ampliando alianças com setores da burguesia. Para isso, adaptou seu programa e incorporou os burgueses em seus governos. Assim, conseguiu financiamentos de grandes bancos, empreiteiras, empresas de lixo e transportes, que depois das eleições cobram pelos seus serviços.
Os resultados dessa estratégia de alianças estão aí para qualquer um ver. O governo Lula, assim como as prefeituras petistas, são governos burgueses, tão neoliberais e corruptos como os partidos de direita.

Mas as alianças eleitorais sempre surpreendem. Alianças do PT com o PFL e o PSDB, incluindo setores latifundiários de ultra-direita, mostram o vale-tudo eleitoral. Infelizmente, essa estratégia foi assumida também por outros setores de esquerda, que se intitulam oposição ao PT, mas se aliam com a burguesia ou a partidos do governo.

O P-SOL, em várias cidades, aposta em candidaturas dos partidos governistas, ou mesmo da direita. Até o PCO, que se auto-intitulava de ultra-esquerda, capitulou ao oportunismo, apoiando candidaturas burguesas.
Post author Eduardo Almeida, da redação
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