Com a reeleição de Lula, termina uma batalha política e outra se inicia. Sempre dissemos que a eleição é um jogo de cartas marcadas, controlado pela grande burguesia. Agora esse jogo terminou, e começa um novo, mais difícil e importante.
As grandes empresas multinacionais e nacionais que controlam o país estavam tranqüilas perante as eleições, porque consideravam a reeleição de Lula ou a eleição de Alckmin boas possibilidades. Ambos os candidatos garantiam à burguesia a manutenção do plano econômico e o projeto das reformas trabalhista e da Previdência.
Os trabalhadores e a juventude votaram em um desses candidatos sem saber que o resultado já estava definido antes mesmo do jogo.
Por isso o PSTU integrou, no primeiro turno, a Frente de Esquerda, que apresentou Heloísa Helena como candidata a presidente, uma alternativa contra os dois blocos da burguesia no terreno eleitoral. Consideramos muito importantes os 6,5 milhões de votos dados à candidatura.
No segundo turno, defendemos o voto nulo. Coerentes com a rejeição a Lula e a Alckmin, não aceitamos a pressão dos que achavam que Lula é menos pior. Não se tratava de escolher um candidato menos pior, mas de construir uma alternativa independente dos trabalhadores. Não se tratava de evitar a direita de Alckmin, mas de construir uma opção realmente de esquerda contra os dois candidatos da direita.
As eleições terminaram. E os trabalhadores vão descobrir que, mais uma vez, foram traídos. Pior ainda, terão que lutar como nunca para evitar perder com as reformas de Lula direitos tão importantes como férias, FGTS e aposentadoria.
Quando chegarem a essa conclusão, os trabalhadores vão se voltar contra os que apoiaram Lula. Inclusive contra os que o apoiaram criticamente. Apoio crítico é apoio e um governo burguês (ainda que com face de operário) não se pode apoiar.
Nós, que lutamos contra Lula e Alckmin no primeiro e no segundo turno das eleições, agora nos preparamos para outro não o jogo de cartas marcadas das eleições, mas nas lutas diretas dos trabalhadores.
A Conlutas está preparando uma grande campanha nacional contra as reformas neoliberais. Chamamos todos os que ajudaram na campanha da Frente de Esquerda, todos os ativistas e dirigentes do movimento sindical, estudantil e popular a se somar a esse terceiro turno, agora na luta de classes.
Post author Editorial do Opinião Socialista 280
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