Nos momentos decisivos, para garantirmos uma grande mobilização nacional contra as reformas neoliberais do governo, mais uma vez, aparecem os conflitos com a esquerda do PT e da CUT. Na esquerda petista, surgem muitos questionamentos a respeito da marcha do dia 25. Os dirigentes da esquerda da CUT negaram-se a assinar a convocatória da marcha, dizendo que vão participar, mas não assinam a convocatória porque a Conlutas assina também… O detalhe é que o texto da convocatória foi fechado em um acordo, em que os companheiros estavam presentes e ao qual todas as exigências que fizeram em relação ao texto foram aceitas por todos, inclusive pelos representantes da Conlutas, pois entendíamos que o importante era preservar a unidade na luta.

Quer dizer, para os companheiros não há problema em assinar uma nota junto com a CUT, mas com a Conlutas não pode?

Na verdade, o que está em jogo são duas coisas: a primeira é o apego desses companheiros à defesa da CUT, no movimento sindical, e da UNE, no movimento estudantil. Fazem qualquer coisa desde que não se questione essas entidades governistas. A grande contradição, no entanto, é o fato de que não haver como lutar contra estas reformas sem o enfrentamento com essas entidades que as defendem dentro do movimento.

A segunda questão está na postura vacilante desses setores em enfrentar de forma conseqüente o atual governo. Sabem que o caráter da manifestação de Brasília será de um protesto contra o governo e suas reformas e, por isso, não querem assumir uma postura de oposição ao governo petista.

Mais uma vez, insistimos no chamado à unidade. Não a unidade para preservar a CUT e a UNE, mas a unidade para lutar em defesa dos trabalhadores e contra o modelo neoliberal de Lula e do FMI.
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