É preciso mudar o país e isso é impossível se continuarmos pagando as dívidas interna e externa. Os R$ 275 bilhões de juros que foram pagos só em 2006 pelo governo Lula poderiam financiar um plano econômico dos trabalhadores, que poderia resolver ou amenizar gravíssimos problemas sociais como desemprego, habitação, reforma agrária, educação e saúde.

Um plano de obras públicas para a construção de casas populares poderia incluir os trabalhadores desempregados do país, resolvendo dois problemas sociais conjuntamente (emprego e habitação). Seriam necessárias cerca de seis milhões de casas populares para resolver o déficit habitacional nacional. A um custo de R$ 12 mil cada (casa de dois quartos, de acordo com estudo da UFRGS), as casas poderiam ser construídas em um mutirão nacional por R$ 72 bilhões.

Uma reforma agrária real significa expropriação dos latifúndios, associada a uma verba para financiar o assentamento dos sem-terra. A Auditoria Cidadã calcula em R$ 17,5 mil o custo desse assentamento por família, caso não se conte o valor da terra, que seria expropriada. Incluindo 4,5 milhões de famílias sem-terra, teríamos um grande projeto real de reforma agrária, qualitativamente distinto do imobilismo atual, e sob controle do próprio movimento. O custo deste projeto tão importante para o país ficaria em R$ 78,5 bilhões.

É fundamental investir em saúde e educação. Seria possível duplicar os gastos em 2006 com educação – R$ 17 bilhões. Essa proposta inclui a duplicação do orçamento das universidades públicas, e não o financiamento atual das universidades particulares com o Prouni. Além disso, haveria um amplo plano de educação fundamental para elevar o nível cultural de nosso povo e valorizar professores e funcionários das escolas.

A duplicação dos gastos com a saúde no ano passado (R$ 36 bilhões), associada à expropriação das empresas privadas, possibilitaria uma saúde pública e de qualidade para o povo, e não a vergonha atual do enriquecimento dos convênios.

A soma dessas iniciativas, qualitativas para os problemas sociais do país, custaria R$ 203,5 bilhões, praticamente R$ 20 bilhões a menos do que os gastos do governo só no ano passado com as parcelas e juros das dívidas. Isso comprova que não falta dinheiro, o problema é com quem ele fica. No governo Lula, assim como era no governo FHC, os recursos ficam com os banqueiros e grandes empresários.

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