Esse debate teórico e político tem um objetivo muito concreto: definir quais tarefas os lutadores operários revolucionários da Venezuela devem impulsionar agora. Nesse sentido, queremos resumir brevemente nossas propostas:

– Defendemos o direito de todas as organizações operárias e populares de permanecer fora do PSUV sem serem “castigadas” pelo governo ou obrigadas a aderir compulsoriamente a este partido;

– É especialmente importante a defesa da “autonomia sindical”. Os sindicatos devem ser dos trabalhadores, não do governo e do PSUV. Estamos a favor da construção de uma UNT autônoma, que seja uma verdadeira ferramenta de luta da classe operária. Nesse sentido, acreditamos ser necessário realizar uma nova plenária da CCURA que reverta a resolução de janeiro de ingressar no PSUV;

– O PSUV será o partido burguês de um governo burguês. Por isso, os trabalhadores venezuelanos devem construir seu próprio partido, uma organização que seja a verdadeira ferramenta de independência política frente às organizações da burguesia e, em especial, frente ao governo chavista e ao PSUV;

– Para impulsionar a fundo essas tarefas, é necessário construir na Venezuela um partido socialista revolucionário que esteja disposto a levar essa luta até as últimas conseqüências. Nesse sentido, o primeiro passo é a elaboração de um programa de oposição e de luta contra o governo Chávez e seu falso socialismo, que favorece o imperialismo e os burgueses venezuelanos e ataca a classe operária.

– É necessário elaborar um programa de medidas anticapitalistas e antiimperialistas cuja aplicação inicie o verdadeiro caminho ao socialismo. Por seu caráter burguês, é impossível que este programa e estas medidas sejam aplicadas pelo governo de Hugo Chávez. Somente um verdadeiro governo dos trabalhadores e do povo venezuelano pode levá-los adiante;

Estamos certos de que em várias dessas tarefas lutaremos junto com vários dirigentes que se negaram a entrar no PSUV. Mas devemos ter claro que serão lutas contra o próprio governo e a política que ele aplica em cada um desses campos.

Somos conscientes de que Chávez é hoje apoiado majoritariamente pelas massas venezuelanas, que o vêem como “seu governo”. Nesse sentido, consideramos que tem plena atualidade a orientação de Lenin, em abril de 1917, frente a um governo burguês que também contava com grande apoio de massas. Tomando suas palavras, podemos dizer que a principal tarefa, “enquanto estivermos em minoria”, é “explicar pacientemente às massas a completa falsidade de todas as promessas” de Chávez (sobre a marcha rumo ao socialismo) para que compreendam “a necessidade de que todo o poder passe às mãos” da classe operária.

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