Apesar dos reflexos da crise econômica e de suas conseqüências já sentidas no Brasil, ela está apenas no início. Qual será a política do governo Lula no momento em que a crise se agravar?

As medidas do governo não se limitarão às políticas de benefícios aos bancos e empresas. Assim como já anunciou os cortes no Orçamento de 2009, num cenário de aprofundamento da crise o governo terá que partir para a ofensiva contra os trabalhadores.

Algumas medidas já estão em gestação. O Secretário para Ações de Longo Prazo, Mangabeira Unger, foi incumbido pelo próprio presidente de elaborar uma proposta de reforma trabalhista. Ao mesmo tempo, a base do governo ressuscitou o Projeto de Lei 4302/98, de FHC que, na prática, acaba com as obrigações trabalhistas e direitos do empregado. É uma forma de promover a terceirização e oficializar a flexibilização das leis trabalhistas.

Já a oposição de direita, por sua vez, não expressa uma alternativa a essa política. Pelo contrário. Tanto PSDB como DEM fazem exigência ao governo no sentido de impor um corte ainda maior no orçamento e a implementar reformas, como a trabalhista e previdenciária.

É necessário, portanto, o fortalecimento de uma verdadeira alternativa à política do governo e da oposição de direita. Uma alternativa de esquerda, que aponte um programa dos trabalhadores para a crise e os problemas que afligem a classe.

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