Sem contar o pagamento dos juros, o governo gasta menos do que arrecada.As despesas do governo incluem os gastos com o funcionalismo, com investimentos públicos e com o pagamento das dívidas. Sua receita vem através de impostos e contribuições. O governo, de acordo com a orientação do FMI, faz dois tipos de contabilidade: a primária, que exclui as despesas com os juros da dívida, e a nominal, que inclui os juros.

O FMI impõe um superávit primário, ou seja, que as receitas sejam maiores que as despesas, sem contar o que se gasta com os juros, para poder bancar exatamente o pagamento das dívidas interna e externa. Isso significa que, se descontarmos o pagamento dos juros, o governo dá lucro, ou seja, gasta menos do que arrecada.
O governo Lula se comprometeu a um superávit primário de 4,25% do PIB com o FMI, superior aos 3,75% acordado por FHC.

Para fazer essa oferta, o governo cortou as despesas com o funcionalismo, arrochando os salários. É por isso também que o salário mínimo foi mantido arrochado, sendo, hoje, duas vezes menor do que na época da ditadura militar.

O governo corta também as despesas sociais para pagar os juros da dívida. Na Educação, por exemplo, o Orçamento de todo o ano de 2004 corresponde aos gastos de menos de um mês com o pagamento dos juros da dívida. Os gastos com a segurança correspondem a cinco dias do pagamento dos juros e, com a reforma agrária, gasta-se o correspondente a apenas quatro dias de juros.
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