Confira o relato de um servente de pedreiro que trabalha há cinco anos na construção civil em Belém. Ele explica a situação de exploração e o que espera da greve. Para impedir retaliações, seu nome não será revelado.
“O trabalho na construção civil é muito difícil. Trabalha-se sob pressão. Quando a gente fica doente, não é liberado. Se a gente chega atrasado, dez minutos, não entra mais e pega falta. O almoço chega atrasado, às 12h30. Às 13h toca a sirene e a gente tem que voltar para o trabalho. A comida não é boa. Eu chego às 7h da manhã e saio às 5h da tarde.

A proposta dos patrões é muito pouca. Nós somos obrigados a fazer bico no final de semana para completar a renda.

A greve é muito importante porque o que a gente recebe é uma humilhação e não tem reconhecimento pelo que a gente faz. Muitos operários têm medo do patrão, teme perder o emprego por causa da pressão psicológica que é feita em cima deles.
Eu espero que essa greve dê certo. Espero um aumento maior pela patronal. Estou disposto a continuar na greve. Para os operários que têm medo, eu digo: nós temos que perder o medo. Perder um, dois, três dias de trabalho não é nada perto do que a gente pode ganhar. Temos que perder o medo”.

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