`fotoLuiz Carlos Prates, o Mancha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) e dirigente do PSTU, esteve em Miami participando ativamente dos protestos contra a Alca. Nesta entrevista ao Opinião Socialista, ele fala sobre os atos e o acordo do governo Lula com os EUA

Como foram os protestos em Miami?
Mancha – Foram expressivas as manifestações contra a conferência, apesar da grande repressão. Assistimos à presença majoritária de trabalhadores, o que expressa sua oposição sobre os tratados de livre comércio, que aumentam o desemprego também nos países ricos. Essa situação tem levado a que o movimento operário nos EUA e no Canadá esteja neste momento contra a Alca.

Você esteve na reunião com Guilherme Cassel, secretário-executivo do Ministério da Reforma Agrária do Brasil. Qual a sua opinião sobre o posicionamento do Brasil em relação à Alca?
A declaração dos ministros em Miami garante a implantação da Alca em 2005. O pior é que isso é feito por um governo que despertou muitas ilusões no âmbito nacional e internacional. A posição do governo brasileiro nesse episódio é lamentável, justamente agora que cresce a oposição à Alca. Cassel afirmou que a reunião de Miami abriria novo período na Alca, porque os Estados Unidos não conseguiram impor todas as condições para o acordo. O que vimos foi uma completa capitulação do governo Lula.

Como foi a participação do PSTU?
O PSTU participa ativamente da campanha contra a Alca no Brasil. Organizou o plebiscito com outros setores e colocou sua campanha eleitoral a serviço da luta contra a Alca. Internacionalmente, participamos de todas as manifestações contra a Alca, junto com outros partidos da Liga Internacional dos Trabalhadores. Em Miami, participamos da manifestação com a ISO (International Socialist Organization). Essa atuação demonstrou mais uma vez a tradição internacionalista do nosso partido.

Quais os próximos passos da campanha?
É necessário combater as resoluções de Miami. É preciso preparar as mobilizações para os próximos encontros, principalmente o que será no Brasil. Infelizmente existem muitas ilusões entre setores da campanha, que dizem que os EUA não conseguiram impor tudo e que a Alca light é uma derrota dos EUA. Na verdade qualquer tipo de Alca vai significar uma derrota para os trabalhadores.

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