Uma das coisas que os ativistas que romperam com o PT esperam é não repetir os mesmos erros do petismo. Os socialistas defendem que a campanha eleitoral sirva para popularizar um programa de ruptura com o capitalismo. O PT, durante anos, disse que isso era equivocado, e que era necessário apresentar um programa “realista”, que servisse realmente “para governar”. Esse debate está colocado para discussão na frente, neste momento.

Na verdade, a discussão de fundo é se apontamos para a administração da crise do capitalismo, ou para a ruptura com o imperialismo e o capitalismo.

A dominação do País pelas grandes empresas imperialistas não pode ser “humanizada” com reformas que priorizem o “desenvolvimento” ou “melhorias sociais”. As grandes empresas simplesmente lutam com todas suas forças (que são muitas) pela elevação de seus lucros. E maiores lucros para elas significam menores salários para os trabalhadores, menores investimentos em saúde, educação etc.

Não existem formas de “aconselhar” ou de reformar o capitalismo. Ou se enfrenta o grande capital ou se rende a ele. Não é por acaso que os planos econômicos em todo o mundo são muito parecidos, com seu conteúdo neoliberal e os programas de compensação social, tipo Bolsa Família. Essa experiência já está sendo vivida pelos trabalhadores brasileiros com o governo Lula. Aqui se demonstra que a verdadeira utopia é a reforma e a humanização do capitalismo.

Por este motivo, nós propomos que o centro do programa da frente para o País seja o não pagamento da dívida externa e interna às grandes empresas, para romper com a dominação imperialista. Exatamente nesse ano, essa é a proposta do Jubileu Sul, e da campanha contra o pagamento da dívida. Sem essa ruptura será impossível enfrentar os gravíssimos problemas sociais, como os baixos salários, o desemprego e a necessidade da reforma agrária. Esse é o verdadeiro e necessário realismo.
Não existem formas de “aconselhar” ou de reformar o capitalismo.
Post author Ernesto Guerra, de São Paulo (SP)
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