Jovens estiveram na linha de frente da revolução que derrubou a ditadura no EgitoO aumento mundial do desemprego em função da crise capitalista dos últimos anos afetou particularmente a juventude trabalhadora. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), havia 77,7 milhões de jovens desempregados no mundo em 2010. No Egito, onde mais da metade da população têm menos de 30 anos, os números chegam a níveis impressionantes: 90% dos desempregados do país estão nessa faixa etária.

A juventude que toma parte nas mobilizações egípcias teve mais acesso à educação que seus pais. Porém, como vemos, isso não garantiu a ela perspectivas reais de um futuro digno. Junto da ditadura de Mubarak, esse estado de coisas tem levado há alguns anos ao surgimento de organizações de jovens como a Kefaya, que em 2005 lutou por reformas democráticas no regime, a Somos Todos Khaled Said, cujo nome é uma homenagem a um jovem morto brutalmente pela polícia, ou ainda o Movimento de Juventude 6 de Abril, fundado em 2008 em apoio à greve operária da cidade de El-Mahalla e que está no centro das atuais mobilizações.


Cartaz lançado pela Juventude do PSTU destacando o papel dos jovens na revolução

Como várias vezes na história, a movimentação dos jovens egípcios parece ter servido como um “barômetro da sociedade”, mostrando o aumento da pressão por mudanças estruturais em seu país. Ao impulso inicial já se soma agora a força de diversas greves no país.

“As revoluções são impossíveis!”, muitas vezes nos dizem. Mas a luta da juventude e dos trabalhadores egípcios nos mostra que podemos responder, dizendo com Trotsky, que elas só são impossíveis até que se tornem inevitáveis.