Grandes empresas de petróleo superestimaram suas reservasA política entreguista do governo assume contornos dramáticos diante do cenário mundial. Como se sabe, o petróleo não é um recurso renovável e as reservas disponíveis no planeta irão se esgotar um dia. Estudos divulgados pela British Petroleum e pela Agência Internacional do Petróleo revelam que esse dia está mais próximo do que se esperava. Segundo suas análises, o mundo tem pela frente petróleo suficiente para os próximos 41 anos e o pico da produção pode ser atingido entre 2010 e 2015, quando se iniciará o declínio inevitável do seu fornecimento. Some-se a isso a divulgação dos recentes escândalos envolvendo grandes empresas de petróleo, como a Shell, a El Paso e a mexicana Pemex, que revelaram ter superestimado suas reservas entre 25% e 33% para valorizarem suas ações nas Bolsas de Valores. Países que são grandes produtores de petróleo também jogaram os números para cima. Arábia Saudita, México e Emirados Árabes declararam possuir entre 20% e 40% a mais do que na verdade têm.

Por outro lado, o aumento do consumo de petróleo no mundo já assumiu uma tendência inexorável: cresceu 11% em 2003 e mais 13% em 2004. Analistas informam que o ritmo da demanda mundial projetaria um consumo em 2020 50% superior ao de hoje. Com isso, o preço do petróleo continuará subindo. Especula-se que o preço do barril poderá chegar a 100 dólares nos próximos 10 anos. Mesmo sabendo de tudo isso, o governo Lula vai manter o leilão das áreas petrolíferas. Como declarou ao Opinião Socialista o presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), Heitor Manoel Pereira: “Em face da conjuntura mundial e da iminência do terceiro choque do petróleo a sexta rodada de licitações das áreas petrolíferas é um crime de lesa-pátria”.
Post author Jeferson Choma, da redação
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