José Campos, dirigente da Fenasps

No 1° Congresso da CSP-Conlutas, além das entidades filiadas à central, estão presentes organizações que não se decidiram sobre a filiação, mas que têm se aproximado da entidade. O convite da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas a entidades como FENASPS (Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social) e sindicatos de metroviários e ferroviários de vários estados do país faz parte da política da central de aproximar os setores combativos.

O portal do PSTU entrevistou o diretor da FENASPS, José Campos, que falou do processo de reorganização sindical no Brasil e a participação da federação nos fóruns da central.

Por que a FENASPSS está participando do Congresso da CSP-Conlutas?
José Campos – A FENASPS, desde o início, compreendeu o caráter do governo Lula e o papel que as organizações como a CUT, UNE e outros movimentos sociais, passaram a cumprir. A FENASPS desde a primeira hora participou do processo de reorganização sindical. Nós acompanhamos o Encontro em Luziânia em 2004, a fundação da antiga Conlutas em 2006, participamos da Assembleia Popular e da Intersindical. Participamos do Conclat e, em função do fracasso do encontro e do processo que houve de discussão para se tentar repactuar aquele importante fórum, nós decidimos acompanhar com mais intensidade os espaços da CSP-Conlutas. Estamos num processo de aproximação e viemos ao congresso como convidados. Aqui, estamos participando dos trabalhos, das plenárias e de uma importante reunião dos trabalhadores do funcionalismo federal que ocorreu durante o congresso. O objetivo é que, a partir do Congresso, passemos a participar, enquanto Federação e diversos sindicatos, dos fóruns da entidade para continuar trabalhando pela unidade. Achamos que essa é uma luta que devemos tratar nos fóruns da CSP-Conlutas e também fora dela. Nós entendemos que é fundamental a unidade de todos que resistem ao projeto que está em curso no país.

Qual o balanço que a FENASPS faz da política do governo para o funcionalismo público federal?
A política do governo para o funcionalismo é, em síntese, a mesma que se tem praticado há muito tempo, desde o governo Collor. É uma política de arrocho. Nós reconhecemos que no último mandato do Governo Lula houve concessões, mas que são envenenadas porque são para setores da categoria dos servidores federais. Há quebra de paridade e a introdução de ritmos de trabalho do serviço público que não tem uma contrapartida nas condições de trabalho. Então, nós achamos que é uma política que atende os interesses da burguesia e do capital. Há um processo de adaptação do serviço público às lógicas do mercado para potencializar a lucratividade das empresas, sem a contrapartida para a sociedade e o servidor.

Quais as tarefas que estão colocadas hoje para a categoria e o conjunto dos trabalhadores?
Nós acreditamos que a principal tarefa é centralmente intervir na realidade. É organizar as lutas e buscar que elas tomem como perspectiva o processo de unificação. Nós não entendemos como é possível, no quadro em que nos encontramos, observarmos divisão no calendário de mobilização. Precisamos fazer um esforço para organizar as lutas de uma forma unificada, independente de quem são as organizações que a dirigem, quais são os sindicatos, as forças políticas, enfim, é preciso ter unidade, calendário unificado e ganhar a massa crítica para mostrar ao conjunto da sociedade uma alternativa. Essa é uma tarefa mais do ponto de vista das lutas, do movimento, das reivindicações e de construir uma alternativa política para os trabalhadores. E isso tem que ter um desdobramento na construção de uma central unitária. A principal tarefa que está colocada do ponto de vista organizativo é forjar a verdadeira unidade entre os companheiros da CSP-Conlutas, da Intersindical e da Unidos para Lutar e demais setores que ainda não se encontram em nenhuma dessas iniciativas.