O governo de Obama esta sendo acompanhado por grandes esperanças da população norte-americana. Mas estas esperanças por um governo que solucione os problemas econômicos e acabe com a escalada de guerras, podem dar lugar a uma decepção sem precedentes. Lula e Zapatero contaram com uma conjuntura econômica favorável nos últimos anos e com o apoio incondicional da burocracia sindical para governar sem sobressaltos até agora. Obama, ainda que tenha o apoio das organizações sindicais, encontra-se diante da maior crise econômica desde 1929. A retirada das tropas sem a vitória militar no Iraque pode provocar uma maior desestabilização no Oriente Médio e a abertura de novas frentes no Paquistão ou no Irã.

O povo negro espera que acabe o racismo e a discriminação que sofrem. No entanto, nos últimos anos a situação desta população piorou e seguirá piorando ainda mais com a crise econômica. Os imigrantes também têm expectativas, mas como os negros, serão os primeiros a perderem seus postos de trabalho.

Michelle Obama, que provavelmente terá um papel destacado no governo pelo que demonstrou na campanha eleitoral, poderá encher os seus discursos de esperança do fim da opressão sobre a mulher. Mas enquanto existir o sistema capitalista, as mulheres continuarão sendo exploradas e sofrendo com a opressão machista.

Os trabalhadores, jovens e oprimidos dos EUA deram um soco na mesa com a eleição de Obama. Pela primeira vez sentem que elegeram um candidato seu. É necessário, entretanto, começar dar uma resposta de classe à crise nos EUA e as medidas do novo governo. Para isso, é preciso levantar um programa contra o desemprego, o problema da moradia e pelo acesso à previdência social e a educação pública. Se não avançar neste terreno, a ultra-direita poderá se reorganizar e tomar como caminho o pior da era Bush.

O movimento operário dos EUA, protagonista de grandes lutas e que nunca sofreu uma derrota histórica, começa a se levantar. A crise econômica ameaça milhões de trabalhadores com o desemprego. Para retomar suas lutas, os trabalhadores terão a sua frente toda a máquina burocrática que se apoderou dos sindicatos. Mas agora terão a possibilidade de enfrentar a burocracia sindical e, nessa luta, construir uma organização socialista no berço do imperialismo.

A Quarta Internacional teve, em suas origens, seu partido mais forte nos EUA. O velho partido de James Cannon, o SWP (Socialist Worker Party), esteve nos anos 30 envolvido com o processo de reorganização do movimento operário norte-americano. Recuperar o melhor da tradição operária revolucionária é uma tarefa necessária para construir um partido da Quarta Internacional. É o primeiro passo para superar a crise de direção revolucionária, necessária para acabar com o sistema de exploração e construir o socialismo.

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