Felizmente, a política governista das direções do movimento de massas e suas frequentes traições provocaram o processo de reorganização dos trabalhadores do país. A necessidade de lutar contra os ataques dos governos Lula e Dilma, sem poder contar com suas organizações tradicionais, leva uma parcela dos trabalhadores a criar e procurar novas ferramentas de luta. O surgimento e crescimento da CSP-Conlutas é a expressão mais avançada desse processo.
O movimento estudantil vive, também, um processo de reorganização. O total apoio da UNE às políticas do governo federal e a degeneração burocrática da velha entidade, que impede qualquer possibilidade de disputa interna, deram base às rupturas iniciais e à construção posterior da ANEL.
É verdade que a popularidade do governo federal é grande entre a juventude brasileira. No entanto, também é uma realidade que a experiência de uma parcela significativa dos estudantes com as prioridades políticas dos governos Lula e Dilma já colocou a oportunidade de construirmos uma alternativa à UNE.
Isso acontece porque os estudantes não encontram mais na velha entidade um ponto de apoio de suas reivindicações, nem um espaço de organização de suas lutas. As mobilizações da juventude não passam mais por dentro dos fóruns da UNE e, na maioria das vezes, chocam-se com ela, como vimos na última greve nacional da educação, quando a UNE boicotou o Conselho Nacional de Greve Estudantil e negociou com o Mistério da Educação (MEC) pelas costas do movimento.
 

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