O Sindicato dos Transportes (RMT) convocou uma manifestação para 23 de outubro, em Londres, contra os cortes de “austeridade” e marchou até a sede do TUC (Federação Sindical Nacional) exigindo uma ação imediata contra as medidas. A marcha foi apoiada pelo FBU (sindicato de bombeiros), o NUT (sindicato de professores) e outros sindicatos. Cerca de 1.500 pessoas participaram da manifestação.

Em 20 de outubro, dia em que o governo anunciou os cortes mais profundos desde a Segunda Guerra Mundial, 2,5 mil marcharam em Londres em oposição, e em todo o país muitas outras manifestações foram realizadas. Existem outros protestos previstos. No entanto, a liderança do TUC recusou-se a convocar uma manifestação nacional.

A paralisia do TUC tem o objetivo de impedir qualquer manifestação nacional das massas até março de 2011. Entretanto, a ação está sendo tomada agora pelos sindicatos que estão sob ameaça imediata, como no caso dos cortes no serviço de combate a incêndio em Londres e os ataques aos empregos no setor ferroviário.

Uma vez iniciados os cortes, não existirá um único setor onde os trabalhadores não serão ameaçados. George Osborne, o ministro da Fazenda, anunciou cortes de 490 mil empregos no setor público, e é amplamente reconhecido que isso significa mais 500 mil no setor privado.

Haverá um corte total combinado de 18 mil milhões de libras nos benefícios sociais (desemprego, habitação, invalidez e benefícios relacionados com o trabalho). Em 2020, a idade de aposentadoria será aumentada para 66 anos (hoje é de 60 para as mulheres e 65 para os homens).

Há um corte de pelo menos 40% no financiamento das universidades e de 20% nas instituições de ensino superior. Isso vai significar o fechamento de algumas universidades e faculdades.

Esses cortes dizem respeito à privatização da previdência social. Os serviços públicos serão contratados no setor privado, e os serviços públicos estatais serão cortados.

O RMT e outros estão chamando os dirigentes sindicais a preparar uma manifestação nacional neste ano, e muitos sindicatos farão greves quando os cortes atingirem suas bases de servidores públicos e seus empregos. Alguns sindicatos são obrigados a mostrar que estão respondendo, tomando medidas sob seu controle, tais como a criação de novos comitês de base.

Alguns distritos de Londres já começaram a preparar um êxodo em massa de 200 mil pobres das áreas mais ricas da cidade. Esta é uma consequência do ataque aos subsídios para habitação, que ajudam a reduzir o valor dos financiamentos para os trabalhadores com baixos salários e desempregados. Isso significa que uma limpeza social e econômica em massa está sendo preparada nas cidades.

Os trabalhadores vão entrar num período que vai mudar as relações de classe e luta, mas as burocracias sindicais estão tentando controlar e suprimir a reação. Os sindicatos que estão se movendo precisam ajudar a coordenar uma ação mais ampla, reunindo estudantes, trabalhadores, comunidades e imigrantes num movimento que exija o fim dos cortes, com uma mensagem clara de não pagar pela crise dos especuladores e banqueiros.

Post author Ralph Martin, de Liverpool
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