Abusos e torturas sobre os prisioneiros de guerra iraquianos mostram a cara da “democracia” norte-americanaAs mentiras do governo Bush sobre o Iraque vieram à tona, uma a uma. Em primeiro lugar, não foram descobertas as tais bombas de destruição em massa, argumento utilizado para a invasão daquele país, sob forte campanha na mídia norte-americana e mundial. O verdadeiro motivo era mesmo obter o controle sobre o segundo maior país produtor de petróleo do mundo.

O segundo grande argumento, baseado na “defesa da democracia”, já estava totalmente desmoralizado diante da violência provocada pelas tropas invasoras contra o povo iraquiano, com os ataques aéreos e bombardeios, que destruíram bairros e cidades inteiras. Mas, recentemente, a verdadeira face da “democracia” escandalizou o mundo com a divulgação de fotos, inicialmente pela internet e pela imprensa iraquiana, dos crimes cometidos contra os prisioneiros de guerra no Iraque.

Agora, a imprensa mundial decidiu mostrar a imensa farsa da tal “democracia” norte-americana alardeada pelo governo Bush. Ele, que aparecia na mídia como salvador do povo iraquiano e representante maior da democracia mundial.

No início da guerra, conclamou a confiança do povo norte-americano: “A esperança de um povo oprimido agora depende de vocês (…) As pessoas que vocês libertarem testemunharão o espírito honroso e íntegro dos militares norte-americanos”. O “espírito honroso” se manifestou na tirania do imperialismo.

A crise interna
O que assistimos recentemente foram cenas bárbaras de torturas, abusos contra os prisioneiros de guerra e estupros de mulheres iraquianas, suficientes para provocar a condenação do governo americano a severas punições por crimes de guerra.
Segundo a grande imprensa, o secretário de Defesa dos EUA, Donald H. Rumsfeld, o chefe do Estado Maior, Richard Myers, e o presidente Bush já sabiam desde o início do ano das atrocidades cometidas no Iraque. Os soldados respondem às acusações dizendo que foram instruídos pelos superiores a agir daquela maneira.

A revista New Yorker acusa Rumsfeld de acobertar o escândalo por meses e, o New York Times, congressistas e manifestações exigem a renúncia do secretário.

O desgaste que o governo Bush vem sofrendo com a guerra do Iraque tem sido mais rápido do que os vários anos necessários para desgastar o governo norte-americano na guerra do Vietnã.

Uma prova desse desgaste é a própria divulgação dos horrores do Iraque pela grande imprensa norte-americana. No início da guerra, as imagens de violência contra o povo iraquiano eram omitidas sistematicamente.
Manifestações nos EUA

A oposição à guerra toma novas proporções nos EUA. Entidades norte-americanas estão convocando mobilizações para o dia 5 de junho em diversas cidades.

Em 30 de junho haverá um Dia Nacional de Manifestações. Entre outras reivindicações, as entidades organizadoras pedem o fim das ocupações do Iraque e da Palestina; não à farsa da transferência de soberania ao Iraque e fora os Estados Unidos do Haiti, Coréia, Afeganistão, Filipinas e Colômbia.

A divulgação do horror cometido no Iraque também vem causando o crescimento de um sentimento antiimperialista no mundo, reforçado com a divulgação de que o governo americano, na prática, vem defendendo e oficialização das torturas para impor sua dominação sobre outros povos.
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