``FotoO economista Jaime Vilela, professor da Universidad Mayor de San Andrés de La Paz e membro do Movimiento Socialista de los Trabajadores da Bolívia, ministrou para mais de 100 pessoas neste sábado, 25 de janeiro, a oficina “Coca, narcotráfico e discriminalização das drogas”. Jaime ressaltou que o tráfico de drogas é um problema mundial e constitui hoje o terceiro negócio mais lucrativo do mundo. Segundo dados do palestrante, os Estados Unidos são o país que mais consome cocaína oriunda da América do Sul, o que gera um lucro de 161 bilhões na venda ao consumidor.

Para Jaime, a preservação da saúde da população não passa de um pretexto para manter os lucros altíssimos que a droga gera: “O capitalismo está matando de fome milhares de pessoas todos os dias. Isso é se preocupar com saúde?”, questiona. O economista defende que a discriminalização das drogas faria com que essa fosse taxada e acabaria com a violência gerada pela proibição, mas, principalmente, não permitiria que uma minoria mantenha fortunas explorando o tráfico.

Jaime também destacou que “sempre que se inicia uma crise capitalista, se proíbe uma droga. Estamos em época de imperialismo, de muita crise. A proibição não freia o consumo, mas cria um grande negócio. A discriminalização não resolve todos os problemas, mas debilitaria este negócio capitalista.” Jaime também criticou a postura do dirigente cocaleiro boliviano Evo Moráles, dizendo que Evo não luta pela discriminalização e apenas se propõe a agir nos marcos da exploração capitalista.

Mediando a discussão, estava Cyro Garcia, professor universitário e ex-candidato pelo PSTU ao governo do Estado do Rio de Janeiro. Ele disse que a globalização popularizou a cocaína e aumentou brutalmente a violência.

Foi anunciado também o lançamento de uma campanha exigindo um plebiscito oficial que decida sobre a discriminalização, não apenas na Bolívia, mas em toda a América Latina.