No dia 25 de maio, o quarto ministro do governo boliviano de Carlos Mesa renunciou. Xavier Nogales, ministro de Minas e Energia, deixou o cargo alegando diferenças com a política atual do governo. Conhecido como um dos homens fortes do regime, ele afirmou que era preciso aumentar os impostos das empresas multinacionais de petróleo e gás instaladas na Bolívia. Na verdade, isso foi uma manobra para convencer os bolivianos de que a exploração do gás traria algum benefício ao país. Não deu certo. O governo foi contra qualquer penalização das multinacionais e ainda excluiu
das perguntas do referendo, convocado para o dia 18 de julho, o tema sobre a nacionalização do gás.

As mobilizações voltaram à cena rapidamente, rechaçando o referendo e chamando Carlos Mesa de traidor. Pelo menos 100 mil sindicalistas ocuparam o centro de La Paz no dia seguinte à queda de Nogales e os manifestantes já avisaram: se o governo quiser impor o referendo no dia 18 de julho as urnas irão arder.
Post author Yuri Fujita, da redação
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