Aliados do governo, como PCdoB e Força Sindical, se esbaldam em dinheiro público através das Organizações Não-GovernamentaisSe tem algo em que o governo Lula é criativo é na forma de desviar recursos públicos para seus aliados de plantão. Após o escândalo do mensalão com o intrincado esquema do valerioduto e os desvios milionários através de contratos superfaturados de estatais com agências de publicidade, vem à tona o esquema das ONG’s e a farta distribuição de dinheiro público à base governista.

A crise teve início com a revelação de convênios suspeitos dos ministérios do Trabalho e do Esporte com obscuras entidades que atendem sob a ampla denominação de Organizações Não-Governamentais. No caso do ministério dos Esportes, comandado pelo dirigente do PCdoB e ex-presidente da UNE, Orlando Silva, convênios suspeitos firmados com entidades presididas por militantes do partidos distribuíram nada menos que R$ 14 milhões.

Organização Bem Governamental
Só a ONG que implementa o programa chamado Segundo Tempo, no estado de São Paulo, recebeu R$ 5,2 milhões entre 2006 e 2007. A entidade é presidida por Wander Geraldo, do Comitê Central do PCdoB. Em vários estados, os convênios são firmados pelo ministério com entidades comandadas por dirigentes do partido.

A vantagem dos convênios com as ONG’s e outros esquemas de corrupção é a completa ausência de mecanismos de controle ou prestação de contas, o que transforma essas entidades numa torneira de dinheiro com o cano diretamente conectado aos cofres públicos. Segundo dados levantados pela CPI das ONG’s, existem hoje no Brasil cerca de 300 mil organizações que se denominam “não governamentais”. Neste universo, 7,5 mil recebem recursos públicos, seja do governo federal, estadual ou municipal.

Farsa Sindical
Se o ministério dos Esportes é um feudo controlado pelo PCdoB, o ministério do Trabalho, com o presidente do PDT, Carlos Lupi, à frente, é o quintal da Força Sindical. Entre novembro de 2007 e janeiro deste ano, o ministério aprovou repasse de R$ 111,5 milhões às ONG’s, sendo metade desses recursos às entidades dirigidas diretamente pelo PDT. Demonstrando ainda que sutileza não é uma de suas virtudes, Lupi cavou ainda um repasse de nada menos que R$ 10,7 milhões para a DataBrasil, entidade que funciona dentro da própria sede da Força Sindical em São Paulo.

Diante das denúncias, o presidente da Força Sindical, Paulinho Pereira da Silva, deputado federal também pelo PDT, ameaçou promover uma onda de processos contra os veículos de comunicação que repercutirem as acusações. Reedita, desta forma, a surrada tese do golpe das elites e da imprensa, insuflada pelo próprio PT durante a época do mensalão.

Mercadores da miséria
Afirmar que o escândalo se restringe às ONG’s do PCdoB e da Força Sindical, porém, seria uma injustiça. Entidades ligadas à CUT, ao PT e ao PMDB também constam da longa lista de suspeitos. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o governo destinou quase R$ 42 milhões às organizações não-governamentais ligadas à CUT e a CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), entre 2003 e 2007.

Nem mesmo a corrente petista Articulação de Esquerda escapou. A Secretaria Especial de Aqüicultura e da Pesca, pasta criada por Lula e que abriga petistas da corrente, repassou cerca de R$ 17 milhões em convênios para duas entidades de Santa Catarina.

Em geral, esses recursos oficialmente se destinam a programas de qualificação profissional e educação. Na prática, o dinheiro garante a manutenção da estrutura e aparato das centrais ligadas ao governo e seus dirigentes. Sob uma justificativa aparentemente justa, o governo abastece os cofres das centrais. Afinal, quem seria contra recursos para a educação ou requalificação?

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