O governo Lula aprovou, na Câmara de Deputados, o valor de R$ 260, para o salário mínimo. O resultado foi obtido graças à liberação de R$ 300 milhões para os deputados da bancada governista que ameaçavam votar contra o governo. O ministro da Coordenação Política, Aldo Rabelo (PCdoB), passou o dia percorrendo gabinetes “convencendo”, leia-se comprando, deputados a votarem pelo mínimo fixado por Lula. Cenas que lembravam a votação da emenda que garantiu a reeleição de FHC, agora repetidas pelo governo petista.

Os partidos da oposição burguesa (PFL e PSDB) protagonizaram um show desprezível e hipócrita. Sua proposta fixava o valor do salário mínimo em R$ 275, 15 reais a mais, o que, segundo a deputada Laura Carneiro, do PFL, representaria “R$ 0,50 por dia, o que corresponde a um saco de fubá. Um saquinho desses alimenta quatro pessoas”. A declaração de Laura Carneiro expõe o que realmente pensam as elites desse país sobre o salário mínimo. Para eles, um saquinho de fubá já basta para alimentar os trabalhadores. Esses deputados sempre foram inimigos do povo, sempre votaram pelo arrocho quando estiveram no poder. Agora se aproveitam do desgaste do governo Lula, apostando na falta de memória do povo, para arrebanhar votos nas eleições.

A esquerda petista, por sua vez, se dividiu entre se abster, votar com a direita e ainda teve aqueles que capitularam vergonhosamente e votaram com o governo.

O deputados da esquerda petista que optaram em votar com a oposição burguesa se aliaram ao “bloco do fubá”, e votaram por um salário mínimo ridículo de R$ 275, além de não apresentarem nenhuma alternativa à política econômica do governo Lula. A postura dos que optaram pela abstenção foi também vergonhosa: se omitirem em uma discussão tão importante para os trabalhadores. Nenhum deles buscou construir qualquer iniciativa de mobilização dos trabalhadores, qualquer proposta de ação por fora do parlamento ou apresentar uma proposta que realmente recompusesse o salário mínimo.

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