O ressurgimento do debate estratégico sobre socialismo também é marcado por inúmeras confusões. Algo que é natural. Afinal foram décadas de ataques e calúnias contra as idéias socialistas. Nesse período, as referências históricas sobre o socialismo foram apagadas da memória de gerações.

Nesse contexto surge Hugo Chávez e o seu socialismo do século 21, que joga poeira nos olhos da esquerda, causando grande confusão. Boa parte da esquerda está agora embriagada pela retórica antiimperialista de Chávez. Mas não se pode julgar os governos pelo que dizem, mas pelo que fazem.

Chávez reproduz uma fórmula que nada tem de novo: um governo nacionalista-burguês, com um programa burguês e um discurso de esquerda. Trata-se de um governo burguês nacionalista, como foram no passado Juan Perón, na Argentina, e Velasco Alvarado, no Peru.

Chávez dá continuidade ao domínio das grandes empresas privadas sobre a economia. A economia de mercado e todas as suas conseqüências (desemprego, miséria, inflação etc) continuam existindo na Venezuela. O desemprego e a pobreza estão aumentando, pois o país foi atingindo em cheio pela crise econômica e pela queda dos preços do petróleo.

O Estado continua nas mãos da burguesia. E os empresários, junto com a polícia do governo, reprimem greve e manifestações operárias. O capitalismo não é ameaçado com a nacionalização ou não de algumas empresas ou com a implementação de programas assistencialistas como as “missões”. A Venezuelana continua tão capitalista como nunca. E por mais que Chávez faça discurso, seu governo não é uma alternativa ao capitalismo.

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