O sentimento de repulsa ao projeto da burguesia de Santa Cruz motivou vários protestos na semana anterior ao referendo. Percebendo que havia um movimento maior com o intuito de chegar a enfrentamentos físicos por parte da direita de Santa Cruz, expresso em declarações da União Juvenil Crucenista (braço armado dos empresários e latifundiários), alguns setores da classe trabalhadora reagiram.

O Sindicato mineiro de Huanuni, através de uma declaração pública, solicitou armas ao governo Morales, para se defender das agressões da burguesia de Santa Cruz. Outras organizações também assinaram a solicitação. O governo, porém, respondeu com um decreto, que prevê um plano de desarmamento da população civil.

Indiscutivelmente, o governo está na contramão do sentimento de mobilização e enfrentamento para derrotar a burguesia de Santa Cruz. Repete o erro cometido em outros momentos da história de América Latina frente a um acirramento da luta de classes: desarmar os trabalhadores enquanto a direita se arma até os dentes. Na Bolívia, é urgente rechaçar o decreto de Evo Morales e repetir as brigadas de autodefesa de operários e camponeses, que existiram na revolução de 1952.

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