O agravamento da crise forçou o governo a ir à imprensa anunciar os “fundamentos sólidos” da economia brasileira. Tentam vender a idéia que anos de política neoliberal construíram uma economia sólida e invulnerável às turbulências externas.
No dia 21 de janeiro, no entanto, mais essa teoria foi destroçada com a realidade dos fatos. A onda de queda nas bolsas na Ásia e Europa derrubou a Bolsa de Valores de São Paulo, que sofreu uma queda história de 6,60%. Investidores fugiram do país ao menor sinal de crise.

Além disso, torna-se cada vez mais unânime a opinião de que uma desaceleração na economia norte-americana derrubaria as exportações do Brasil, em grande parte baseada em matérias-primas valorizadas com a alta demanda para países como China, que por sua vez, produz para o mercado norte-americano.

O superávit comercial brasileiro já começou a cair no ano passado, em relação aos anos anteriores. O Plano do Álcool, uma das jóias do agronegócio brasileiro, já começou a se desacelerar – com várias empresas reduzindo os investimentos – devido à redução das exportações e do preço do álcool.

Além disso, os problemas estruturais típicos de uma economia semi-colonial ainda estão presentes, como a dívida pública impagável e a meta de superávit primário que impõe arrocho para amortizar os juros da dívida.

Em caso de uma recessão, o caráter dependente da economia no país ficará nítido, assim como o caráter de classe do governo Lula, que não pensará duas vezes em impor mais ataques aos trabalhadores para manter os lucros de banqueiros e empresários.
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