Manifestação dos comitês contra as reformas, metalúrgicos e movimento popular da Zona Sul em SP
Redação

Contra as reformas trabalhista, da Previdência e as terceirizações

O Brasil parou neste dia 28 contra as reformas de Temer e desse Congresso corrupto. Diversas categorias cruzaram os braços. A produção da maioria das fábricas foi interrompida. A imensa maioria dos trabalhadores não foi trabalhar. É a maior greve geral desde 1989.

Categorias de peso como metalúrgicos, trabalhadores dos transportes (ferroviários, metroviários e rodoviários), bancários, petroleiros, professores, além de inúmeros outros setores e ativistas do movimento popular e da juventude, aderiram em peso.

Já de madrugada, piquetes em terminais, garagens de ônibus, pátios de trens e metrôs e até em aeroportos e rodoviárias impediram a circulação. Também foram realizados inúmeros bloqueios de rodovias, avenidas e ruas em várias cidades. Muitos dos bloqueios foram garantidos com barricadas.

Marchas e passeatas também foram realizadas, especialmente nas periferias pobres das grandes cidades. Na parte da tarde ainda serão realizados muitos protestos pelo país. Apesar da ostensiva propaganda realizada pela imprensa, especialmente a televisão, contra a greve e os protestos, a mobilização conta com ampla simpatia da população.

Parcial
Nos quatro cantos do país ocorreram centenas de protestos. Ainda não é possível dar uma dimensão completa de todos eles. No entanto, listamos alguns dele abaixo. Confira:

São Paulo
Capital
Os protestos começaram bem cedo. Rodovias foram trancadas e piquetes em garagens de ônibus ocorreram desde as 4h da manhã. A Via Dutra e a rodovia Anhanguera, as principais rodovias de São Paulo foram fechadas.

Piquete em acesso ao aeroporto de Guarulhos

A Rodoviária do Tietê parou com um piquete. O aeroporto de Congonhas também. “Estamos aqui desde ontem às 22h. Nosso voo só sai 8h15. Dormimos no aeroporto. Mas, pelo que representa o dia de hoje, se fosse preciso ficar aqui mais um dia, eu ficava. Esse povo [grevistas] somos nós. Estão lutando por nós“, explicou uma passageira. Também teve trancaço da via de acesso ao Aeroporto de Guarulhos contra a reforma da Previdência.

Na Zona Sul, os comitês de luta contra as reformas de diversas regiões como o Capão Redondo, Jardim Ângela, Cocaia, da ocupação Jardim União e Aristocratas, uniram-se aos metalúrgicos das fábricas paralisadas e a CSP-Conlutas para realizarem uma marcha que fechou a Ponte do Socorro.

Na Zona Norte, houve uma concentração no Largo do Clipper, seguida por uma caminhada até a Ponte da Freguesia do Ó, pela Av. Ermano Marchetti, pela Ponte do Piqueri, onde se unificaram com os metalúrgicos da Água Branca e juntos marcharam até a Marginal Tietê. Na Zona Oeste houve piquete em fabricas como na Alstom.

Houve repressão da PM na madrugada em Santo André, quando manifestantes bloquearam as pistas dos dois sentidos da avenida dos Estados, no cruzamento da avenida Antonio Cardoso, próximo ao supermercado Sam’s Club.

Ato na Brasilândia

Em Cubatão, servidores públicos o em greve a 15 dias contra a retirada de direitos, hoje ocuparam a câmara de vereadores.

Interior
Em São José dos Campos, estudantes ocuparam a Câmara de Vereadores durante a noite contra a reforma do ensino de Temer. Todas as fábricas operárias foram paralisadas e o sindicato dos metalúrgicos, junto com outras categorias, realizaram piques na porta das garagens de ônibus para garantir a paralisação do transporte.

Essa greve junta mais de 30 categorias. A indústria metalúrgica tá complexamente paralisada, GM não tem trabalho, Embraer não tem trabalho. Nenhuma delas. A Petrobras também. Os bancários e os trabalhadores dos correios também estão em greve“, explica Antônio Macapá, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, enquanto realizava um piquete na frente de uma garagem de ônibus.

Em Vinhedo (SP), a rodovia Engenheiro Miguel Melhado, que dá acesso ao distrito industrial, também foi á fechada.

Um piquete na garagem da Suzantur, em São Carlos (SP), paralisou o transporte na cidade.

Duas escolas da periferia de Campinas acabaram de ser ocupadas contra as Reformas de Temer. Escola Hugo Penteado e Escola Ruy Rodriguez. Ambas participaram das mobilizações estudantis dos anos anteriores e inauguram as atividades da Greve Geral na cidade.

Rio de Janeiro
A capital está paralisada. De madrugada, houve piquete na Dutra com comerciários, bancários, trabalhadores desempregados contra os ataques de Temer.

Trabalhadores desempregados, estudantes, professores e trabalhadores da UFF fecham a Avenida do Contorno em Niterói. Em seguida, a Ponte Rio-Niterói foi bloqueada nos dois sentidos. Manifestantes também atearam fogo nos trilhos em Nova Iguaçu para impedir a circulação de trens.

No Centro de Volta Redonda tudo foi interditado. Nenhum ônibus nas ruas e nem na rodovia federal. A Companhia Siderúrgica Nacional paralisou suas atividades e trabalhadores em Barra Mansa também aderiram as paralisações. A Av. Washington Luiz foi fechada pelos trabalhardes terceirizados da Reduc.

Lideranças das Polícias, Civil, Federal, Rodoviária Federal e as demais entidades de classe da segurança pública, que formam a União dos Policiais do Brasil (RJ), decidiram, aderir ao movimento.

Belo Horizonte
Foi realizado ato na Praça da Estação de na Praça, em Belo Horizonte, com diversas categorias e movimentos.

Rio Grande do Norte
Na Gurarapes, principal fábrica de Natal, 8 mil mulheres pararam. Um piquete realizado pelo PSTU e pela CSP-Conlutas. Foi realizado na frente da fábrica.

Maranhão
São Luis (MA) ficou completamente parada. Todos acessos à cidade estão fechados. Ninguém entra, ninguém sai. A rodoviária está fechada e protestos se espalham pela cidade. A Av. dos Portugueses, principal via de acesso à Vale e outras fábricas foi interditada desde as 4 horas da manhã.

Paraíba
Na paraíba, a garagem de ônibus Cabral em Campina Grande foi 100% parada. Os correios, ônibus, educação, garis, e fábricas ,foram paralisados. Um arrastão grevista fechou o comércio que tentou funcionar.

Quando os trabalhadores se unem, quando os trabalhadores param, a gente mostra quem que tem poder nesse país, quem que manda nesse país. No dia em que os trabalhadores não produzem, não produzem avião, não produzem agulha, não produzem carro, não produzem nada, a economia simplesmente para. E mostra que é possível ter uma vida sem os patrões sanguessugas”, explicou Luís Carlos Prates, o Mancha, da CSP- Conlutas.

A greve geral de hoje é umas das maiores da história do país. Além dos setores parados, existe um enorme apoio da população.

A grande imprensa, como a Rede Globo, tentou ignorar a greve e agora tenta criminalizá-la. Por isso é muito importante que você envie o seu relato, publique seu vídeo e reproduza pelas redes sociais o que de fato está acontecendo no país.

Tudo sobre a Greve Geral: acompanhe aqui a cobertura ao longo de todo o dia.