Jogo viciado da democracia dos ricos permite a eleição de notórios corruptosAs eleições trouxeram o que para alguns seria uma grande surpresa. Notórios picaretas e antigos corruptos envolvidos em famosas maracutaias foram eleitos, apesar da forte campanha de mídia da “cassação pelo voto” e da “depuração”. Pura fantasia. O retorno dos picaretas expõe de forma incontestável o verdadeiro funcionamento da democracia dos ricos e corruptos.

“Elle” voltou…
Um dos maiores medalhões da corrupção do país, o ex-presidente Fernando Collor foi eleito senador por Alagoas por meio dos velhos acordos políticos entre as oligarquias e os coronéis do estado, além do controle de parte da imprensa local por sua família. De volta a Brasília, o ex-presidente disse que vai fazer campanha para Lula.

…mas não veio sozinho
Outro notório corrupto que estará na Câmara é Paulo Maluf (PP), eleito com a maior votação do país para deputado federal. O ex-prefeito de São Paulo é réu em processos por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha – chegou até a ser preso no ano passado. Eleito, terá imunidade e não poderá ser preso.

O ex-ministro Antonio Palocci (PT) também conquistou um salvo-conduto para não ir para a cadeia. Pouco antes de ser eleito deputado federal, o petista teve a prisão preventiva decretada, acusado de participar da máfia do lixo em Ribeirão Preto. Deputados envolvidos no esquema no mensalão retornaram em grande estilo, como João Paulo Cunha (PT), Valdemar da Costa Neto (PL) e José Mentor (PT). Até José Genoino, ex-presidente do PT, e seu irmão (cujo assessor carregava dólares na cueca), conseguiram se eleger e ganhar imunidade. Apesar de estar no centro do escândalo mais recente, Ricardo Berzoini, atual presidente do PT, também ganhou uma vaga.

Jogo viciado
Para garantir a dominação, a democracia burguesa cria a falsa idéia de que o povo decide tudo com o voto, de que basta votar para se livrar da corrupção. Mais uma farsa. As regras da democracia dos ricos são viciadas e permitem o retorno de picaretas.

Parlamentares podem renunciar para fugir da cassação e se candidatar apoiados por uma imensa máquina eleitoral, financiada por grupos empresariais e banqueiros, que garante o clientelismo, o cabresto e as campanhas milionárias. Os picaretas acabam conseguindo se eleger. O “novo” Congresso continuará roubando e ganhou agora um novo time de corruptos para reforçar a tarefa.
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