É lamentável que praticamente toda a esquerda no FSM, fora o PSTU, tenha ido ao ato de apoio a Chávez, sem qualquer delimitação programática ou políticaA grande estrela do FSM foi Hugo Chávez. Ao contrário de Lula, houve um ato com real apoio ao presidente venezuelano, com milhares. No servilismo de Lula ao imperialismo, Chávez aparece como um combatente antiimperialista. Chávez falou de sua “revolução bolivariana” e disse que a luta contra o imperialismo é mais forte porque existem governos como o dele (como os de Tabaré Vázquez, Putin), assim como o da China e o de Lula. Todos estes são governos pró-imperialistas, que não têm os atritos de Chávez com Bush.

Há na Venezuela um processo revolucionário muito importante, mas que não se deve a Chávez. Por um lado existem as massas que venceram o golpe do imperialismo, descendo dos morros de Caracas, enquanto o governo estava paralisado. De outro, temos um governo que aplica uma política econômica tão neoliberal como a de Lula, pagando religiosamente a dívida, desvalorizando o peso etc. Chávez negocia mais um acordo com empresas norte-americanas do petróleo e se recusa a prender ou expropriar a burguesia golpista.

O imperialismo o ataca, porque Chávez não apóia a guerra no Iraque e mantém posições independentes, algo intolerável para Bush. Este é o motivo de provocações do governo Uribe, da Colômbia, no seqüestro do dirigente das FARC em Caracas.
Mas Chávez não se dispõe a um enfrentamento conseqüente com o imperialismo, e muito menos em um rumo anticapitalista. Por isso é lamentável que praticamente toda a esquerda no FSM, fora o PSTU, tenha ido ao ato de apoio a Chávez, sem qualquer delimitação programática ou política.

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